Depois de análises rochosas, cientistas aparentemente descobriram o motivo da formação do lado claro e escuro da lua serem tão distintos entre si
Caio Tortamano Publicado em 27/06/2020, às 10h00
A lua detém dois lados, sendo um deles permanentemente virado para a Terra, e outro constantemente oposto ao planeta. Essas duas facetas apresentam uma composição ligeiramente diferente uma da outra. Agora, o Instituto Tecnológico de Tóquio, em pareceria com outras instituições, aparentemente descobriu a razão para tal.
Novos estudos afirmam que, durante a formação da Terra e da Lua — que devem ter se dado simultaneamente após a proto-Terra ser atingida por um corpo estelar de grande massa — elementos radioativos foram distribuídos de maneira não uniforme.
Isso resultou numa enorme assimetria nas duas superfícies do satélite natural, com trechos de luz e escuridão no lado claro (evidenciando crateras a olho nu) e praticamente nenhuma depressão rochosa no lado escuro — o que ficou evidente diante das primeiras imagens por satélite durante a década de 50.
Retiradas durante as primeiras expedições à lua, rochas lunares — que receberam o nome de KREEP por serem ricas em potássio, fósforo e elementos raros na Terra como cério, disprósio, érbio e európio — deram pistas para que os pesquisadores conseguissem testar as propriedades desses elementos em situações comuns aos primeiros anos da Lua, como pressão e calor exercidas por vulcões que lá existiam.
Os resultados deste estudo sugerem que as cavidades enriquecidas em KREEP da Lua influenciaram a evolução do local desde a formação da mesma. Matthieu Laneuville, co-autor da pesquisa, acredita que evidências para esses tipos de processos podem ser encontradas em outras luas do nosso Sistema Solar e ser onipresentes em corpos rochosos em todo o Universo.
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