Ornamentos de pedra descobertos na Turquia - Divulgação/Antiquity
Arqueologia

'Piercings' de pedra de 11 mil anos são descobertos na Turquia

Ornamentos encontrados em sepulturas neolíticas sugerem uso em rituais de maioridade para jovens adultos; confira!

Éric Moreira Publicado em 11/03/2024, às 12h04

Um artigo recente publicado pela Cambridge University Press na Antiquity descreve um conjunto de ornamentos de pedra encontrados em sepulturas neolíticas de 11 mil anos na Turquia que podem ser alguns dos indícios de perfurações corporais mais antigos conhecidos. Ao todo, foram descobertos cerca de 100 destes 'piercings', no sítio arqueológico de Boncuklu Tarla.

Segundo o artigo, estes ornamentos usados em perfuração corporal eram possivelmente utilizados em rituais de maioridade para jovens adultos. Eles foram encontrados próximos às orelhas e queixos dos restos de esqueletos, e são feitos principalmente de calcário, obsidiana ou seixos de rio.

Uma análise dos esqueletos aponta padrões de desgaste nos dentes incisivos inferiores, de acordo com outros exemplos históricos e contemporâneos de piercings labret. Este antigo grupo perfurava não só os lábios, mas também as orelhas, segundo o Heritage Daily.

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Esqueleto encontrado com piercings na Turquia / Crédito: Divulgação/Antiquity

 

Valor simbólico e social

Os autores do estudo afirmam que "um exame mais aprofundado dos esqueletos descobriu que tanto os homens quanto as mulheres tinham piercings, mas eram usados ​​exclusivamente por adultos. Nenhum dos enterros de crianças tinha qualquer evidência desses ornamentos.”

Portanto, possivelmente essas perfurações não possuíam apenas fim estético, mas também algum tipo de significado naquela sociedade. Possivelmente, explicam, teriam servido como uma espécie de ritual de passagem, simbolizando a transição do indivíduo da infância para o início da idade adulta.

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Isso mostra que as tradições que ainda hoje fazem parte de nossas vidas já foram desenvolvidas no importante período de transição, quando as pessoas começaram a se estabelecer em aldeias permanentes na Ásia Ocidental, há mais de 10.000 anos", pontua o Dr. Baysal, professor associado da Universidade de Ancara.

"Eles tinham práticas de ornamentação muito complexas envolvendo miçangas, pulseiras e pingentes, incluindo um mundo simbólico muito desenvolvido que era todo expresso por meio do corpo humano", acrescenta, por fim.

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