Um estudo constatou que os DNAs de neandertais comprovam parentesco
Isabelly de Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 20/10/2022, às 17h38
Na última quarta-feira, 19, um estudo genético foi publicado e esboça os contornos de uma “organização social” de uma mesma família de neandertais, que viviam em uma caverna da Sibéria há mais de 50.000 anos.
Sabe-se que alguns neandertais enterravam seus mortos, graças às escavações arqueológicas, e que eles fabricavam ferramentas e adornos, distante da imagem de brutos primitivos que muitos imaginam. Porém, pouco se sabe sobre sua estrutura social.
No sul da Sibéria, na Rússia, encontram-se as cavernas de Chagyrskaya e Okladnikov, ocupadas há cerca de 54.000 anos pelos neandertais. Lá, vários vestígios em uma única camada de depósitos, indicando vida daquele grupo no mesmo período.
O paleontologista Stéphane Peyrégne, um dos principais autores do estudo, explicou à AFP que usou técnicas para isolar o DNA humano antigo e capturá-lo. Foi confirmado que os restos procediam de 13 neandertais: 7 homens e 6 mulheres, entre eles 5 adolescentes ou crianças. Os pesquisadores encontraram uma mesma variante genética, que persiste em poucas gerações.
A heteroplasmia, a variante mencionada, foi encontrada em seu DNA mitocondrial, que foi transmitido pela mãe. Os genes revelaram também vínculos de parentesco, entre eles, um pai e uma filha adolescente, um menino e uma mulher adulta que pode ter sido sua tia, prima ou avó.
Segundo a Folha de S. Paulo, essas são provas diretas de que tais pessoas viviam na mesma época e pertenciam à mesma família. Benjamin Peter, que supervisionou as pesquisas, disse que graças à genética, "produzimos uma imagem concreta de como poderia ter sido uma comunidade de neandertais".
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