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Príncipe Harry

Príncipe Harry é obrigado a fornecer mais provas em processo contra jornal

Decisão judicial exige busca ampliada de documentos e mensagens que possam ser relevantes para o caso de escutas telefônicas

Redação Publicado em 28/06/2024, às 18h51

Nesta quinta-feira, 27, o príncipe Harry recebeu ordens para realizar buscas mais abrangentes de e-mails, mensagens de texto e outros materiais que possam ser relevantes em seu processo judicial contra o grupo jornalístico britânico News Group Newspapers (NGN), de Rupert Murdoch. A decisão surge em meio a preocupações de que algumas provas possam ter sido destruídas.

Harry, filho mais novo do rei Charles, e mais de 40 outras pessoas estão processando a NGN por atividades ilegais supostamente realizadas por jornalistas e investigadores privados do The Sun e do já extinto News of the World, entre meados dos anos 1990 e 2010. Um julgamento centrado nessas queixas, incluindo possivelmente a de Harry, está previsto para iniciar no Supremo Tribunal de Londres em janeiro do próximo ano.

A NGN, que contesta as alegações, já pagou centenas de milhões de libras às vítimas de escutas telefônicas do News of the World e resolveu mais de 1300 processos. No entanto, a empresa nega qualquer irregularidade por parte do The Sun.

Antes do julgamento, a equipe jurídica da NGN solicitou uma ordem para o príncipe revelar qualquer informação relevante que possa possuir, ou que esteja em posse de seus antigos advogados ou da casa real, e que seja relevante para o que ele sabia sobre o alegado comportamento ilegal antes do final de 2013. Se for provado que Harry tinha conhecimento de uma potencial ação contra a NGN antes de 2013, o caso pode ser rejeitado por ter sido apresentado tarde demais.

Briga judicial

O juiz Timothy Fancourt expressou sérias preocupações de que a questão da divulgação de provas não tenha sido adequadamente tratada pelos solicitadores dos requerentes, destacando que apenas cinco documentos considerados relevantes foram apresentados até agora. O juiz também apontou que a maior parte da pesquisa e seleção de documentos relevantes foi feita pelo próprio duque até muito recentemente.

Anthony Hudson, advogado da NGN, acusou o britânico de criar uma “pista de obstáculos” sobre a questão, afirmando que a divulgação de e-mails relevantes foi insatisfatória e que muitos documentos tiveram que ser “arrancados ao requerente aos pontapés e aos gritos”. Hudson também mencionou evidências preocupantes de que um grande número de documentos e mensagens entre Harry e J.R. Moehringer, o ghostwriter de seu livro de memórias “Na Sombra”, foram destruídos.

Em resposta, o advogado de Harry, David Sherborne, acusou Hudson de usar uma linguagem sensacionalista para conseguir manchetes e afirmou que a NGN estava simplesmente realizando uma “caça aos gambuzinos”. Sherborne alegou que a sugestão de que Harry estava retendo ou destruindo material era hipócrita, acusando a NGN de ter deliberadamente apagado milhões de e-mails para esconder provas incriminatórias.

O juiz Fancourt decidiu que uma busca mais abrangente no laptop do príncipe, bem como em suas mensagens de texto e WhatsApp, deve ser realizada para analisar trocas de mensagens desde 2005 até o início de 2023. Harry também precisa apresentar uma declaração testemunhal explicando suas trocas de mensagens com Moehringer.

Além disso, segundo o ‘Público’, o tribunal ordenou que a casa real e seus advogados devolvam quaisquer cópias em papel ou documentos eletrônicos relacionados às comunicações de Harry para que possam ser examinados. Harry foi ainda obrigado a fazer um pagamento provisório de 60 mil libras (€ 70.855) à NGN para cobrir os custos da audiência.

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