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Estados Unidos

Professor americano é investigado por atividade com algemas em aula sobre escravidão

Alunos negros de uma turma da sétima série de uma escola em Rochester teriam sido orientados a colher sementes de algodão e usar algemas para simular o período

Isabela Barreiros Publicado em 02/05/2022, às 09h02

Estudantes de uma escola de Rochester, em Nova York, nos Estados Unidos, denunciaram um professor que teria feito uma atividade durante uma aula sobre escravidão em que alunos negros deveriam colher sementes de algodão e usar algemas.

O docente, que é branco e cuja identidade não foi divulgada, foi afastado do colégio e está sendo investigado pelo material levado para a sala de aula de uma turma de sétima série, que tinha como intuito “simular” o período histórico da escravidão nos EUA.

De acordo com relatos dos alunos ao canal ABC News, repercutido pelo UOL, o profissional teria exigido que estudantes negros realizassem a atividade, mas não demandado o mesmo dos brancos.

"Isso fez com que eu me sentisse mal em ser uma pessoa negra", disse Jahmiere O'Neal, um dos alunos presentes na sala em entrevista a veículos locais. A mãe dele, Vialma Ramos-O'Neal, foi a responsável por expor a seleção dos alunos para a encenação.

"Eu não tenho um problema com alguém ensinando nossas crianças sobre a escravidão e sobre o que os nossos ancestrais passaram. Antigamente, nossos professores nos ensinavam sobre isso, mas eles não traziam algodão e não nos faziam colher sementes", afirmou outra mãe, Precious Morris.

Investigação 

Segundo a filha dela, Ja'Nasia Brown, que teve aulas com o docente, ela disse ao professor que não faria a atividade, mas teve que ser convencida por ele. “Eu disse: 'não vou fazer isso'. E ele respondeu: 'faça, para você ter uma nota boa'", contou.

Pelo menos metade dos alunos de toda Rochester são pretos ou pardos, o que foi ressaltado pela diretora da escola, Kelly Nicastro, em carta enviada aos responsáveis, em que afirmou que as alegações são "muito sérias".

O professor está sendo investigado, mas sua identidade não foi revelada pelo Distrito Escolar de Rochester. Também não houve nenhum posicionamento do docente sobre o conteúdo de suas aulas.

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