Imagem ilustrativa de uma livraria - Pixabay
Cultura

Taxação de livros: reforma tributária pode encarecer obras e aumentar desigualdade de conhecimento

Após proposta enviada pelo ministro Paulo Guedes, multidão se mobilizou pelas redes sociais contra tributação literária usando a #DefendaOLivro. Entenda!

Fabio Previdelli Publicado em 13/08/2020, às 12h00

Entre 2006 e 2018, o mercado editorial brasileiro perdeu cerca de 20% de seu faturamento e, nos últimos anos, o setor vem enfrentando uma enorme crise, o que culminou com o fechamento e falência de muitas livrarias, que se tornaram cada vez mais raras.

Como se já não bastasse a crítica situação, no fim do mês passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou ao Congresso Nacional uma sugestão de proposta de reforma tributária que, entre outras coisas, prevê a cobrança de impostos em cima dos livros.

Como consequência, desde o início da semana, as redes sociais viraram casa de uma enorme mobilização popular em defesa dos livros, que usaram a tag #DefendaOLivro. Caso aprovado a taxação, as obras tendem um aumento nos custos finais, já quando disponível ao consumidor.

Mas o que diz a proposta da reforma tributária?

A sugestão enviada por Guedes prevê a unificação da cobrança do PIS/Pasep e do Confins em um novo imposto sobre valor agregado, que passará a ser chamado de Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços, ou CBS. De acordo com o próprio ministro, a alíquota desse novo tributo seria de 12%.

Mas o que isso muda?

Atualmente, o setor literário é protegido de tributação pela Constituição Federal, que isenta a taxação sobre venda e importações. Porém, com a nova proposta, essa isenção deixa de existir e, por consequência, a venda de livros no país estaria sujeita a essa alíquota de 12%, resultando no aumento dos valores das obras para o consumidor final.

Como o mercado tem reagido a tal possibilidade?

Com isso, a Câmara Brasileira do Livro, a Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares e o Sindicato Nacional dos Editores de Livro publicaram o que estão chamando de “manifesto em defesa do livro”. Para essas instituições, essa nova taxação não seria apenas prejudicial ao setor como também aumentaria ainda mais a desigualdade do acesso e conhecimento à leitura.

"As instituições ligadas ao livro estão plenamente conscientes da necessidade da reforma e simplificação tributárias no Brasil. Mas não será com a elevação do preço dos livros – inevitável diante da tributação inexistente até hoje – que se resolverá a questão", diz um trecho do texto.

Brasil Livros cultura notícia Imposto Paulo Guedes taxação literária

Leia também

Pesquisadores recriam em 3D rosto de mulher neandertal de 75 mil anos atrás


Maldição por trás da abertura da tumba de Tutancâmon é desvendada


Pesquisadores relacionam descobertas na Cidade de Davi a evento bíblico


Mistério mesopotâmico de 2,7 mil anos pode ter sido desvendado


Arte original de capa do primeiro 'Harry Potter' será leiloada


Javier Milei, presidente da Argentina, clonou seus cachorros? Entenda!