Para pesquisador, as gravuras são um “indicativo da conexão espiritual que os caçadores tinham com os animais que matavam”
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 03/02/2021, às 14h08
Pesquisadores encontraram na região de Ramle, em Israel, um fragmento de osso de 120 mil anos que pode ser considerado uma das mais antigas gravuras simbólicas já descobertas. O estudo investigando a peça foi publicado na revista científica Quaternary International.
A pesquisa feita por arqueólogos da Universidade Hebraica e da Universidade de Haifa identificou o pedaço de osso de um antigo animal que continha seis gravuras semelhantes, o que os levou a pensar que talvez aquilo tivesse algum significado. Isso pode ser tanto cultural quanto espiritual.
"Com base em nossa análise de laboratório e descoberta de elementos microscópicos, fomos capazes de supor que as pessoas nos tempos pré-históricos usavam uma ferramenta afiada feita de pedra para fazer as gravações”, explicou Iris Groman-Yaroslavski, da Universidade de Haifa.
Os autores afirmam que as gravuras foram feitas intencionalmente, ou seja, não podem ter sido fruto de abates de animais ou processos naturais. Eles escreveram: "Esta gravura é muito provavelmente um exemplo de atividade simbólica e é o exemplo mais antigo conhecido dessa forma de mensagem usada no Levante”.
Os cientistas enfatizaram ainda que o objeto pode ser um “indicativo da conexão espiritual que os caçadores tinham com os animais que matavam”.
“Essa descoberta tem implicações muito importantes para a compreensão de como a expressão simbólica se desenvolveu nos humanos”, explicou Yossi Zaidner, do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica. “Ao mesmo tempo, embora ainda não seja possível determinar o significado exato desses símbolos, esperamos que a pesquisa continuada desvende esses detalhes-chave”.
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