Vídeo microscópico revela coronavírus infectando células cerebrais de morcegos - Divulgação/Twitter
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Vídeo microscópico revela coronavírus infectando células cerebrais de morcegos

A filmagem recebeu menção honrosa em um concurso patrocinado pela Nikon

Luíza Feniar Migliosi Publicado em 24/08/2021, às 14h31

O vídeo produzido por Sophie-Marie Aicher e Delphine Planas, virologistas do Instituto Pasteur de Paris, ganhou menção honrosa em um concurso de vídeo microscópico patrocinado pela Nikon, a empresa de fotografia, segundo o jornal New York Times.

A sequência em escala microscópica do SARS-CoV-2 infectando células cerebrais de morcegos fornece uma visão de como o patógeno as transforma em 'fábricas de vírus' antes de causar a morte da célula hospedeira.

Watch how the coronavirus nefariously infiltrates the cells of a bat brain in this video, taken by Sophie-Marie Aicher and Delphine Planas, which received an honorable mention in the 2021 Nikon Small World in Motion Competition. https://t.co/MM4QuHDOwL pic.twitter.com/cSSouFEB9O

— The New York Times (@nytimes) August 23, 2021

Filmado durante 48 horas com uma imagem gravada a cada 10 minutos, o vídeo mostra uma série de células cerebrais de morcegos, que aparecem como manchas cinzentas intercaladas com pontos vermelhos. As células infectadas se fundem com as vizinhas para formar massas maiores e, no final do vídeo, explodem, sinalizando sua morte.

Sophie-Marie Aicher, que é especialista em doenças zoonóticas, que podem ser transmitidas de animais para humanos, relatou ao New York Times que o rolo compressor infeccioso era o mesmo em morcegos e humanos, com a distinção importante de que os morcegos, em última análise, não ficam doentes.

Nos humanos, o coronavírus consegue burlar a detecção e causar mais danos ao impedir que células infectadas alertem o sistema imunológico sobre a invasão. Além disso, ao forçar células hospedeiras a se fundirem com as vizinhas, chamado de sincício, permite a replicação sem que o organismo consiga detectar.

“Cada vez que o vírus precisa sair da célula, ele corre o risco de ser detectado, então, se puder ir direto de uma célula para outra, pode funcionar muito mais rápido”, afirmou Aicher.

A virologista espera que o vídeo ajude a desmistificar o vírus e tornar mais fácil para as pessoas entenderem e apreciarem esse inimigo enganoso que derrubou bilhões de vidas.

“É importante ajudar as pessoas a superar o jargão científico para entender que este é um vírus muito sofisticado e inteligente, que é bem adaptado para tornar os humanos doentes”, acrescentou.
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