Antes de Hollywood, Clint Eastwood serviu no exército e sobreviveu a pouso forçado

Consagrado ator e cineasta, Clint Eastwood é um dos maiores nomes de toda a história de Hollywood. Aos 93 anos, o norte-americano ganhou as manchetes nos últimos dias ao fazer uma rara aparição pública. 

Conhecido por filmes de ação e faroeste, como "Os Imperdoáveis" e "Por Um Punhado de Dólares", Clint tem mais de 80 filmes em seu currículo. O que poucos sabem, no entanto, é sobre seu passado antes das telonas. 

Nascido em maio de 1930, ele serviu no Exército dos Estados Unidos antes de se tornar uma estrela do cinema. Nessa época, inclusive, Eastwood sobreviveu à queda de um bombardeio militar no Oceano Pacífico. 

Serviço militar

Em março de 1951, quando tinha 21 anos, Clint Eastwood foi convocado pelo Exército dos Estados Unidos e designado para Fort Ord, na Califórnia, onde foi nomeado salva-vidas e projecionista de filmes de treinamento.

No dia 30 de setembro daquele ano, duas aeronaves Douglas A-1 Skyraiders da Marinha dos EUA deixaram a Estação Aérea Naval de Seattle para um voo de rotina para Mather Field, em Sacramento. Segundo o The Mercury News, a aeronave pilotada pelo tenente Francis Coleman Anderson acabou sofrendo problemas. 

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Durante o voo, a porta traseira não permaneceu fechada e os sistemas de navegação e intercomunicação falharam. Acontece que, de acordo com Patrick McGilligan em 'Clint: The Life and Legend', Eastwood estava no bombardeiro, ao pegar uma carona de volta à Fort Ord, após visitar seus pais em Seattle.  

"Naquela época, você podia usar seu uniforme e conseguir um voo grátis", disse Eastwood, anos depois, em uma palestra na Escola de Cinema e TV da Universidade Loyola Marymount. "No caminho de volta, eles tinham um avião, um Douglas A-1, uma espécie de torpedeiro da época da Segunda Guerra Mundial, e pensei em pegar carona nele".

Tudo deu errado. Os rádios foram desligados. O oxigênio acabou. E finalmente ficamos sem combustível perto de Point Reyes, Califórnia", continuou. 

Eventualmente, durante o final da tarde, o avião ficou sem combustível e o piloto foi forçado a abandonar a aeronave no Oceano Pacífico.

Clint e Anderson sobreviveram ilesos, entretanto, estavam a quilômetros de distância da costa, em alto mar.  Eles mantiveram seus botes salva-vidas juntos até serem separados pelas ondas agitadas perto da costa rochosa de Merin. Eastwood, então, continuou remando até ser jogado para fora de sua jangada. 

"Então, fomos nadar. Era final de outubro, novembro. Água muito fria. [Eu] descobri muitos anos depois que era um criadouro de tubarões-brancos, mas estou feliz por não saber disso na época ou teria simplesmente morrido", finalizou.

Clint não se recorda quanto tempo esteve na água, contudo, estima-se que ele nadou pouco mais de quatro quilômetros até chegar à praia. Em terra firme, ele ainda teve que escalar uma cerca alta em direção ao Farol de Point Reyes; onde chegou rastejando. 

Entrando no local com frio, molhado e em estado de choque, ele explicou, de maneira incoerente, a queda do avião ao único operador de rádio que estava no Farol. A Guarda Costeira foi acionada e Clint foi encaminhado para uma estação de resgate; onde reencontrou Anderson. 

"Achei que poderia morrer. Mas pensei: 'outras pessoas já passaram por essas coisas antes'. Mantive meus olhos nas luzes da costa e continuei nadando", repercutem Boris Zmijewsky e Lee Pfeiffer em 'The Films of Clint Eastwood'.