Túmulo do presidente panamenho José Antonio Remón Cantera - Reprodução/Youtube
Crimes

Neste dia, há 64 anos, o presidente do Panamá era brutalmente assassinado

Acusado pela morte de José Antonio Remón Cantera, seu vice-presidente, José Ramón Guizado, foi deposto imediatamente

Joseane Pereira Publicado em 02/01/2020, às 08h00

O dia 2 de janeiro de 1955 marcou para sempre a história do Panamá. Fazendo fronteira com a Costa Rica e ligando os oceanos Atlântico e Pacífico, esse pequeno país da América Central tinha como presidente José Antonio Remón Cantera, que se elegeu em 1952 com o slogan “O Panamá não quer milhões ou esmola; ele quer justiça”. Entretanto, seu mandato duraria apenas três anos, pois Remón seria vítima de um cruel assassinato.

Canal do Panamá

Sob a presidência de Remón, acordos sobre o tratado do Canal do Panamá passaram a ser feitas com o governo norte-americano de Dwight D. Eisenhower. Apesar de não questionar as relações imperialistas, o tratado negociava concessões aos panamenhos, como por exemplo a colocação simbólica da bandeira nacional na área do canal.

As negociações com os Estados Unidos levaram a um acordo que elevou a anuidade paga ao Panamá e fez com que aproximadamente 20 milhões de dólares em propriedade da Companhia do Canal do Panamá fossem entregues ao próprio país. No entanto, pouco antes do tratado ser confirmado, o presidente foi assassinado.

Morte misteriosa

Manchete de época, indicando José Ramón Guizado como suspeito do assassinato / Crédito: Reprodução/Youtube

 

Às 19h30 do dia 2 de janeiro, três assaltantes armados com metralhadoras emboscaram o presidente e seus seguranças no Hipódromo Juan Franco. O ataque foi certeiro: Remón faleceu no hospital duas horas depois, e seu vice, José Ramón Guizado, assumiu o cargo um dia depois.

Uma investigação liderada por Alejandro Remón, filho do falecido, foi levantada para resolver o misterioso assassinato. Durante dez dias, mais de 70 suspeitos foram presos, incluindo Arnulfo Arias, ex-presidente e inimigo de Remón. Mas a verdade viria logo depois: no dia 12 de janeiro, o advogado Rubén O. Miró confessou ter planejado o crime sob ordens de José Ramón Guizado e seu filho, que lhe prometeram um cargo no Ministério da Justiça em troca da morte do presidente.

Após a resolução do caso e condenação de Guizado a seis anos e oito meses de prisão, o segundo vice-presidente, Ricardo Arias Espinosa, foi eleito ao cargo e nomeou Alejandro Remón como Ministro da Justiça do Panamá.


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