Uma jovem da Era Vitoriana espera pacientemente enquanto sua saia de crinolina é preparada - Getty Images
Europa

Sarah Ann Henley, a garçonete que sobreviveu graças à sua saia gigante

Sofrendo uma desilusão amorosa na época vitoriana, Henley acabou saindo viva ao pular de uma ponte de 75 metros

Joseane Pereira Publicado em 11/12/2019, às 08h00

Saias com armação de crinolina eram itens essenciais na época Vitoriana. Apesar de terem causado acidentes fatais, se incendiando ao encostar em velas e lampiões acesos, em algumas ocasiões esses itens exerceram o papel de heróis. É o caso da história de Sarah Ann Henley, uma garçonete de Bristol, Inglaterra, que sobreviveu graças à sua grande saia.

SUICÍDIO FRUSTRADO

No ano de 1885, Sarah vivia uma terrível desilusão amorosa. O relacionamento dela com seu noivo, um porteiro da Great Western Railway, estava indo de mal a pior. Até que, após brigas e ofensas recíprocas, a jovem recebe uma carta dele informando que o noivado havia terminado. Chocada, no dia 8 de maio, ao meio dia, ela resolve realizar o que 17 pessoas já haviam feito antes: se atirar da Ponte Suspensa de Clifton, em uma queda de 75 metros.

Pessoas que viram o ocorrido, como o controlador da ponte Thomas Stevens e o detetive Robertson, afirmaram ter testemunhado um milagre. Após o terrível salto, sua saia de crinolina se inflou, criando um pára-quedas que a fez flutuar como uma folha. E, devido à ventania, correntes de ar a afastaram do leito do rio, fazendo-a aterrissar no lamaçal em suas margens.

Saias de crinolina eram moda na Inglaterra Vitoriana / Crédito: Getty Images

 

O TAXISTA INABALÁVEL

Confusa e em choque, ela foi resgatada pelos transeuntes John Williams e George Drew e levada para a estação ferroviária mais próxima. Correndo em busca de ajuda para levá-la à enfermaria de Bristol, o detetive Robertson abordou um taxista que passava. Entretanto, o homem se recusou em levá-la em seu carro, alegando que as roupas enlameadas de Sarah deixaria o táxi sujo.

Mesmo com ofertas em dinheiro e alegações de que ela morreria caso não fosse para um hospital, o taxista foi inabalável: "Eu não me importo, deixe-a morrer", respondeu. E foi embora com seu carro.

Entretanto, Sarah não morreu. Levada para a enfermaria uma hora depois, ela se recuperou aos poucos, enquanto sua história se espalhava pela cidade. Dias depois, o taxista escreveu uma carta pública onde explicava que os motoristas de táxi eram proibidos de levar transeuntes sujos ou embriagados, sob risco de perderem o emprego. E que sua família passaria fome caso isso acontecesse.

Sarah Henley se casou com o trabalhador ferroviário Edward Lane, com quem teve os filhos Ruby e Elsie Brown. Faleceu em 31 de março de 1948, aos 85 anos de idade.


+Saiba mais sobre a época Vitoriana através das obras abaixo:

Literatura Vitoriana e Educação Moralizante, Flávia Costa Morais - https://amzn.to/2scoBtf
 
Dom Pedro II e a Moda Masculina na Época Vitoriana, Mário de Araújo - https://amzn.to/38lOFme
 
A Era Vitoriana, Élio Chaves Flores - https://amzn.to/2PypPXH
 

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Sarah Ann Henley tentativa de suicídio Ponte de Clifton época Vitoriana garçonete

Leia também

Taj Mahal Palace: Alvo de um atentado terrorista, hotel virou campo de guerra


Atentado ao Hotel Taj Mahal: 5 coisas para saber sobre a história real do filme


O Caso Asunta: Veja a verdadeira história por trás da série da Netflix


O Caso Asunta: O que aconteceu com os pais de Asunta Basterra Porto


Bebê Rena: Veja 5 diferenças entre a série e a história real


O Caso Asunta: Entenda o final da série da Netlix baseada em um caso real