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Ágata de Detroit: Estas joias nasceram do lixo industrial

Fruto de um processo abandonado de fabricação de carros, a fordita custa dez vezes mais que a ágata natural

Tatiana Bandeira Publicado em 20/07/2017, às 16h39 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35

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Jóias de fordita à venda - eBay
Jóias de fordita à venda - eBay

Houve um tempo em que a indústria automobilística, além de carros, produziu também as pedras psicodélicas que você pode ver nesta matéria. Mas como? Ao contrário das rochas, que demoram milhões de anos para se formar na natureza, estamos falando das forditas ou ágatas de detroit (berço hoje decadente da maioria das fábricas de automóveis que surgiram nos Estados Unidos). Essas pedras, subprodutos das fábricas, ficaram conhecidas pelas cores brilhantes, desenhos psicodélicos e... serem basicamente lixo industrial, criado por acidente.

Hoje o preço pode ultrapassar R$ 3 mil o quilo -  mais de vezes mais que uma ágata natural de verdade, que é uma pedra sempreciosa, e mais ou menos o mesmo preço de lápis-lazuli de qualidade. Mas só tende a aumentar, até alcançar o das pedras preciosas um dia. Porque fordita não está sendo mais produzida naturalmente. 

Elas surgiram antes das fábricas implementarem linhas de montagem automatizadas. Os trabalhadores pulverizavam os veículos com tinta à mão, punham os carros para secar em temperaturas extremas em um forno gigante. À medida que a tinta secava, também escorria, se solidificava. Imagine esse processo repetido muitas e muitas vezes. Em determinado momento, acabava formando camadas e camadas. Quando as estações de trabalho eram limpas, o resultado dessa tinta seca acabava petrificado - cortadas e polidas, essas são as ágatas de Detroit.

A indústria joalheira de fordita começou quando os trabalhadores das fábricas, admirando o material, levavam as pedras artificiais para suas famílias. Podem ser compradas no exterior, por exemplo em: https://www.etsy.com/market/fordite

O fornecimento das forditas, ao contrário das pedras que se formam sob nossos pés, jamais será reabastecido. As fábricas de carros hoje usam um processo de pintura que elimina o escoamento do material que antes constituía. As pedras são uma lembrança cada dia mais rara de uma outra época, quando desperdício e poluição eram vistos como fatos inevitáveis da vida. Uma época  que, belezas "minerais" a parte, ninguém quer que volte.