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Notícias / Japão

Aluno com tranças é segregado em escola no Japão e caso gera críticas

Ao querer homenagear suas raízes negras, estudante gerou debate sobre rígidas regras em vigor há meio século; entenda!

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 30/03/2023, às 11h46

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Imagem ilustrativa - Getty Images
Imagem ilustrativa - Getty Images

Escolas no Japão estão sendo alvo de críticas por suas rígidas regras sobre como os estudantes devem se pentear. O episódio mais recente da questão envolve um aluno mestiço de um colégio em Himeji, no oeste do país. 

O jovem de 18 anos, que possui um pai afroamericano e uma mãe japonesa, foi obrigado a se sentar isolado durante sua cerimônia de formatura. A motivação veio pelo fato do estudante ter feito tranças em seu cabelo para homenagear suas raízes negras. Ele ainda foi instruído a não se levantar ou responder quando seu nome fosse chamado. 

Conforme repercutido pelo The Guardian, o aluno explicou que trançou seu cabelo, que é naturalmente cacheado, para ficar mais arrumado para a cerimônia. Ele ainda acrescentou que aprendeu sobre o significado das trancinhas com seu pai

Não consegui criar memórias felizes para marcar os três anos que passei na escola com meus amigos”, disse ao jornal local Mainichi Shimbun. 

“Fiquei frustrado porque senti como se estivessem me dizendo: 'Este não é o seu dia especial'. O penteado representava as raízes e a cultura de meu pai na comunidade negra”, completou. 

O vice-diretor da escola reportou ao jornal que o aluno havia sido separado da outra parte dos estudantes por descumprir as regras de corte de cabelo. O jovem saiu no meio da cerimônia e foi obrigado a esperar em uma sala vazia. Ele ainda foi seguido por um professor quando foi até o banheiro.

Rígidas determinações

Segundo o The Guardian, as escolas no Japão estipulam que os penteados dos estudantes não devem seguir a moda, mas devem ser “limpos e apropriados para um aluno do ensino médio”. Assim, os estudantes não podem descolorir suas madeixas ou modelá-los com secador de cabelo. Entretanto, as determinações não mencionam nada em relação às tranças

Nesta semana foi publicada uma carta da Ordem dos Advogados de Osaka, reclamando sobre as aplicações dos regulamentos de corte de cabelo na escola, que exige que todos os 1.780 alunos mantenham o cabelo curto ao redor das orelhas e proíbe franjas longas o suficiente para tocar suas sobrancelhas.

As regras, de acordo com o jornal Yomiuri Shimbun, são aparentemente inspiradas por um ensinamento budista que diz que as pessoas “veem o que devem ver” e “ouvem o que devem ouvir”.

As determinações estão em vigor há cerca de meio século. Desta forma, uma fotografia do penteado desejado aparece no manual do aluno da escola, e os professores fazem verificações todos os meses, disse o jornal.