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Notícias / Múmia

Antepassada mumificada de Boris Johnson não morreu de sífilis, aponta estudo

Descoberta em 1975, identidade da ‘múmia mais famosa da Suíça' só foi descoberta em 2018; Anna Catharina Bischoff é sexta bisavó do ex-premiê britânico

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 25/02/2023, às 12h04 - Atualizado em 09/03/2023, às 18h19

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Múmia de Anna Catharina Bischoff e Boris Johnson - Divulgação/ Gregor Brandli e Getty Images
Múmia de Anna Catharina Bischoff e Boris Johnson - Divulgação/ Gregor Brandli e Getty Images

Em 1975, o corpo mumificado de uma mulher foi encontrado na igreja franciscana em Basel, na Suíça. Sua identidade só foi descoberta em 2018: Anna Catharina Bischoff. A notícia ganhou os jornais do mundo por uma peculiaridade, tratava-se da sexta bisavó do então premiê britânico Boris Johnson

O que chamou ainda mais a atenção, porém, veio a seguir, visto que pesquisadores encontraram altos níveis de mercúrio nos restos mortais — o que associaram, historicamente, ao tratamento de sífilis

Múmia de Anna Catharina Bischoff/ Crédito: Parpan05 via Wikimedia Commons

Porém, no início de fevereiro, um estudo publicado na BMC Biology aponta que não foi a Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que vitimou a ancestral de Boris Johnson, mas sim um vírus até então desconhecido pela ciência

O estudo 

Agora, uma análise dos micróbios nos órgãos mumificados na ‘múmia mais famosa da Suíça', como o cadáver ficou conhecido, aponta que a sexta bisavó do ex-premiê britânico morreu de algo nunca visto antes. 

“A suposição inicial foi baseada na presença de mercúrio em seu corpo, especialmente nos pulmões”, relata o microbiologista Mohamed Sarhan, da Eurac Research, ao Daily Mail. “Isso pode indicar tratamento por inalação para sífilis, já que esse era o protocolo seguido na época”. 

“Portanto, analisamos muitas amostras de todos os órgãos de seu corpo para ver se podemos encontrar vestígios de DNA do patógeno causador da sífilis, mas não conseguimos”, aponta o pesquisador. 

Em vez disso, encontramos esta nova bactéria que era altamente abundante nos tecidos cerebrais e correlacionada com a maior concentração de mercúrio no cérebro”, prosseguiu. 

A comparação entre as misteriosas bactérias antigas com as presentes na atualidade revelou algo que intrigou os pesquisadores: elas continha conjuntos de genes semelhantes aos encontrados em bactérias modernas que causam lesões ósseas e sintomas pulmonares

Múmia de Anna Catharina Bischoff/ Crédito: Parpan05 via Wikimedia Commons

Tais lesões ósseas, visíveis nos restos mortais de Bischoff, são um sintoma conhecido da sífilis em estágio avançado não tratada. Desta forma, é cabível que ela tenha sido diagnosticada erroneamente com a infecção sexualmente transmissível, quando a verdadeira causa de sua doença era algo desconhecido. 

Sendo assim, o Dr. Sarhan ainda descartou a sífilis como causa da morte por outro motivo. “A suposição de que ela poderia ter morrido de sífilis pode ser excluída mesmo se ela tivesse”. 

“A sífilis em estágio avançado tem sinais muito claros de que ela não tinha”, aponta. “Ela morreu aos 69 anos, então não muito jovem. Além disso, ela tinha outros problemas de saúde — por exemplo: ela estava acima do peso e tinha cálculos biliares, além de outros problemas que estão atualmente sob investigação”.

O tratamento com mercúrio pode ter enfraquecido seu corpo e sistema imunológico ao longo do tempo, mas não foi realmente a principal causa de sua morte”, finalizou.