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Notícias / Racismo

Após medida restritiva, alunos que xingaram menina de ‘macaca’ são trocados de sala

Os representantes da vítima, que foi chamada de “macaca” pelos colegas de classe, pediram uma medida restritiva à Justiça

Redação Publicado em 22/03/2024, às 14h37

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Imagem da vítima após o ataque racista - Arquivo Pessoal
Imagem da vítima após o ataque racista - Arquivo Pessoal

Em uma escola municipal de Novo Horizonte, no interior de São Paulo, quatro alunos do ensino fundamental transferiram de turma por determinação da Justiça, após xingarem uma menina de 12 anos de “macaca”, “cabelo de bombril” e “capacete de astronauta”. Eles devem manter uma distância constante de 100 metros da vítima. 

Em uma entrevista concedida ao G1, a escola Hebe de Almeida Leite Cardoso esclareceu que a mudança de sala de aula permanecerá até a conclusão das investigações pelas autoridades, que concederam o pedido de medida protetiva. 

No último dia 11 de março, a mãe da menina registrou um boletim de ocorrência por preconceito de raça ou cor, após cinco alunos, quatro deles da mesma sala que a filha, jogarem terra e fezes de gato na garota

Na ocasião, a criança de pele negra e os cabelos trançados também foi derrubada e pisoteada pelos estudantes. “Ela chorava muito. Não quero que nunca mais que alguma criança sinta o que a minha sentiu. Para que nunca mais uma mãe chore que nem eu chorei de dor ao ver minha filha na situação que eu vi. Quero justiça”, disse a mãe ao G1.

Na delegacia, a menina realizou um exame de corpo de delito e em seu depoimento, afirmou que esta não foi a primeira vez em que foi agredida verbalmente pelos colegas de classe pela cor de sua pele

Eu me sinto triste. Minha cor e meu cabelo. Isso dói muito. Eles me xingaram, me humilharam, me chamaram de 'macaca'", disse a menina ao G1.

Em um comunicado oficial, a escola Hebe de Almeida Leite Cardoso disse que não se trata de um caso de racismo e que irá apurar o ocorrido com base em documentos e testemunhas. A Polícia Civil da cidade também está investigando o caso. 

Medida protetiva

Também ao G1, a advogada da família da vítima, Kelly Ranolfi, explicou que a menina continua indo às aulas, mas os cinco estudantes envolvidos no incidente estão proibidos de chegar a 100 metros de distância da garota. 

Esses 100 metros, dentro da escola, às vezes não é possível cumprir por eles estarem no mesmo ambiente. Mas precisa da supervisão da unidade para que não aconteça de novo. Agora, fora da escola, caso eles descumpram, os agressores são enviados para a Fundação Casa", afirmou a advogada.

Kelly também explicou que, em casos como este, em que a vítima pode sofrer violência física, psicológica ou verbal, é possível pedir a medida protetiva no momento do registro do boletim de ocorrência. 

Não tem como ela estar em um lugar onde os agressores poderiam chegar perto e ela sofrer novamente. É um perigo eminente e há o risco de eles a agredirem de novo", concluiu a advogada ao G1.