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Notícias / Arte rupestre

Arte rupestre de 4 mil anos revela que Saara já foi um “lugar verde” com gado e barcos

Atualmente um local cheio de dunas, o Deserto do Saara pode ter sido um lugar com vegetação muito sadia e rica; entenda!

Desenhos rupestres encontrados no Saara - Reprodução / Projeto de Pesquisa Atbai
Desenhos rupestres encontrados no Saara - Reprodução / Projeto de Pesquisa Atbai

Em meio às áridas dunas do Deserto do Saara, um tesouro escondido jaz há milhares de anos: impressionantes obras de arte rupestre que retratam barcos e gado.

Descobertas em 16 novos sítios rochosos no Deserto Oriental do Sudão, essas imagens oferecem um vislumbre intrigante de um passado verdejante, antes que as mudanças climáticas transformassem drasticamente a região.

A descoberta, publicada no The Journal of Egyptian Archaeology em 28 de novembro de 2023, surpreendeu os arqueólogos por dois motivos principais. Primeiramente, os sítios estão localizados a mais de 97 km do Lago Núbia, a fonte de água mais próxima. Em segundo lugar, a paisagem árida atual parece inóspita para a criação de gado, como o retratado nos desenhos com chifres imponentes.

Ainda assim, os pesquisadores acreditam que os temas das obras, especialmente um desenho de uma vaca sendo guiada por um pastor, fornecem evidências inegáveis de um passado bem diferente.

Esta é uma das melhores evidências para estabelecer as alterações climáticas na região, um período que os cientistas chamam de 'período húmido africano'", disse Cooper em email para o Live Science. "Neste período anterior a 5.000 anos atrás, o Saara era muito mais úmido e os pastores de gado vagavam pelos desertos em busca de pastagens. Hoje, apenas animais mais resistentes, como camelos e cabras, podem sobreviver neste deserto".

Técnica reveladora

A técnica utilizada na criação da arte rupestre, esculpida na rocha, sugere que seus autores permaneceram na área por um período considerável. Segundo o estudo, a arte rupestre foi criada antes da "monção africana", evento que transformou a região em um deserto árido, obrigando as populações a migrarem para pastagens mais verdejantes ao longo do Nilo.

Arte rupestre de um barco, que foi encontrado no local - Reprodução / Projeto de Pesquisa Atbai

"Após 3.000 a.C., o deserto local tornou-se seco demais para a criação regular de gado", explica Cooper. "Esse evento marcou um ponto crucial na história da região. Alguns pastores permaneceram no deserto, adaptando-se à nova realidade com animais mais resistentes como cabras, enquanto outros migraram para o Nilo, desempenhando um papel fundamental na formação dos estados urbanos no Egito e na Núbia".