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Notícias / Aracruz

Autor de ataques em escolas no Espírito Santo leu livro escrito por Hitler

O adolescente que atacou duas escolas no Espírito Santo, leu "Minha luta" de autoria do ditador nazista

Redação Publicado em 28/11/2022, às 16h23 - Atualizado às 18h38

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Imagem de jovem de 16 anos atacando escola no Espírito Santo - Reprodução / Vídeo / G1
Imagem de jovem de 16 anos atacando escola no Espírito Santo - Reprodução / Vídeo / G1

O adolescente de 16 anos que atacou duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, na última sexta-feira, 25, ganhou de seu próprio pai, um livro escrito pelo ditador nazista, Adolf Hitler. Intitulado "Minha luta", o livro que foi escrito em 1923, foi dado ao jovem que o leu antes do atentado.

O ataque chocou o Brasil e antes que ocorresse, o tenente da PM, pai do adolescente, chegou a compartilhar em suas redes sociais a foto da capa livro escrito por Hitler, que escolheu para presentear seu filho.

O crime deixou 4 mortos e 12 feridos. Os pais do autor do ataque foram intimados hoje pela Polícia Civil de Aracruz para prestar depoimento, como informado pelo UOL. Depois de ter confessado ter dado o livro ao garoto, o pai foi afastado das atividades operacionais da Polícia Militar, enquanto o caso ainda é investigado.

Nesta segunda-feira, 28, foi aberto um procedimento pela corregedoria da instituição, para a apuração de algum crime. A defesa do pai ainda não se manifestou.

Atentado

As pessoas mortas no ataque eram todas do sexo feminino, mas o delegado do caso, a princípio, descarta que o ataque tenha sido direcionado às mulheres. Além disso, a escolha das escolas também teria sido aleatória.

"À princípio, foi um mero acaso que vítimas eram do sexo feminino. Os disparos foram realizados de maneira indiscriminada", disse o delegado.

O atirador é filho de uma ex-professora da escola Primo Bitti, que ele atacou primeiro. Ele era ex-aluno da instituição e estava afastado desde junho. O adolescente disse, em depoimento, que planejava o ataque há dois anos, depois de ter sido vítima de bullying.

Segundo o delegado André Jaretta, o motivo pelo qual o jovem escolheu as duas escolas, é o fato, de que eram próximas de sua casa.

"Na versão apresentada por ele, escolheu aleatoriamente. Como ele acessou a primeira escola pelos fundos, e a primeira sala era a dos professores, foi a sala que ele teve o acesso mais fácil. Todavia, vamos aprofundar ainda mais quanto a isso (...) Não tinha um alvo específico, simplesmente queria praticar o atentado. Atirou aleatoriamente nas pessoas que estavam ali naquele momento", disse o policial.

Livro escrito por Hitler

Foi realizada uma análise preliminar do celular dele, e constatou-se que, o adolescente não teve contato com outras pessoas e que os únicos contatos salvos em sua agenda, eram de seu pai e sua mãe.

O próprio atirador revelou ter lido trechos do livro, e nas imagens registradas pela ação, ele aparece usando um uniforme camuflado, no qual, há em seu braço direito uma suástica, como informado por André Jaretta ao UOL notícias após uma entrevista coletiva. 

O livro "Minha luta", é proibido em algumas cidades do Brasil por disseminar ideias antissemitas.

De acordo com fontes ligadas à PM de Aracruz, o tenente admitiu ter adquirido o livro a pedido do filho. Durante uma conversa com seus colegas, ele teria dito que essa era uma forma de se aproximar de seu filho que não tinha amigos e falava pouco com os pais, mesmo em casa.