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Notícias / Vulcão

Cientistas descobrem 13 ratos mumificados no topo de três vulcões andinos

Roedores chegaram no cume de vulcões, a mais de 6.000 metros de altura, por conta própria. Mas por qual motivo?

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 24/10/2023, às 10h48

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Um dos ratos encontrados no cume de um vulcão - Divulgação/Marcial Quiroga-Carmona
Um dos ratos encontrados no cume de um vulcão - Divulgação/Marcial Quiroga-Carmona

No topo de três vulcões andinos, a cerca de 6.000 metros de altura, pesquisadores da Universidade do Nebraska fizeram uma descoberta um tanto quanto inusitada: os corpos mumificados de 13 ratos.

Com altas temperaturas e por volta de metade do nível de oxigênio em relação ao nível do mar, estes cumes são locais pouco comuns para a existência de animais. Até então, é importante ressaltar, cientistas acreditavam que os roedores eram levados até esses locais por peregrinos incas para serem oferecidos como forma de sacrifício.

Rato encontrado em Copiapó/ Crédito: Divulgação/Marcial Quiroga-Carmona

Mas uma nova análise afirma que os ratos chegaram por conta própria. A grande questão que fica, porém, é: por qual motivo?

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Ratos mumificados

Segundo repercute o Daily Mail, cadáveres de ratos já foram encontrados em cumes de vulcões nas décadas de 1970 e 1980. E foi justamente neste período que surgiu a teoria do sacrifício.

Você não pode culpar os arqueólogos por pensarem dessa maneira, qual explicação existiria?", pondera Jay Storz, principal autor do estudo publicano na Nature. "Nada poderia estar morando lá, então eles devem ter sido levados para lá".

Mas, em 2020, essa teoria foi colocada à prova quando o montanhista Mario Perez Mamani descobriu um rato-orelhudo vivo no topo do Llullaillaco — vulcão de cerca de 6.700 metros de altura situado na fronteira entre Argentina e Chile.

Para entender melhor a situação, os pesquisadores do Nebraska visitaram três vulcões — Salín, Púllar e Copiapó — e descobriram um total de 13 cadáveres de ratos. "Estes são basicamente ratos mumificados e liofilizados", explica Storz.

Os cadáveres foram levados para análise laboral, o que permitiu que as criaturas fossem datadas: oito dos ratos de Salin e um de Copiapó morreram há apenas algumas décadas, enquanto quatro múmias em Pular morreram há cerca de 350 anos.

Agora parece cada vez mais claro que os ratos chegaram lá por vontade própria", apontou o pesquisador.

O estudo também determinou que o DNA deles não era diferente dos camundongos encontrados em altitudes mais baixas. "Nossos dados genômicos indicam que não: que os ratos dos cumes, e aqueles dos flancos ou da base dos vulcões no terreno desértico circundante, são todos uma grande família feliz", disse Storz.

Uma múmia de rato escavada no cume de 6.029 metros do vulcão Salín/ Crédito: Divulgação/Marcial Quiroga-Carmona

A grade dúvida que permanece é porque os ratos escalaram os vulcões. Na altitude normal, sabe-se, os ratos possuem diversos predadores: raposas, pumas, felinos e até mesmo aves de rapina.

"Certamente, se você está agachado no topo de um vulcão de 6.000 metros, você está pelo menos a salvo disso", reflete o pesquisador. "Você só tem outras coisas com que se preocupar. Mas por que razão ascendem a estas elevações extremas ainda é um mistério".