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Notícias / Mundo

Cientistas iniciam projeto multigeracional para salvar árvore 'fóssil viva' da extinção

Na tentativa de salvar os pinheiros Wollemi da extinção, um grupo de pesquisadores está plantando mudas em locais secretos

Redação Publicado em 29/02/2024, às 18h26

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Imagem de um jardim de pinheiros Wollemi - Reprodução/Flickr/rodtuk
Imagem de um jardim de pinheiros Wollemi - Reprodução/Flickr/rodtuk

Em 1994, pinheiros Wollemi foram redescobertos, após especialistas acreditarem que esta árvore estava extinta há 2 milhões de anos. Agora, eles pretendem reintroduzir a espécia na natureza em locais secretos, em um esforço para trazer de volta uma espécies à beira da extinção.

Conforme repercutido pelo portal Live Science, fósseis desse pinheiro que datam do período Cretáceo (entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás) são prova de que sua aparência não mudou desde então, o que lhe rendeu o apelido de “fóssil viva”

Em 1994, exploradores encontraram exemplares dessas antigas coníferas nas Montanhas Azuis da Austrália. Hoje, apenas cerca de 60 delas permanecem no Parque Nacional Wollemi, ameaçadas por Phytophthora cinnamomi, um fungo aquático patogênico fatal, e pelos incêndios florestais que devastam a região de Nova Gales do Sul.

Desde sua redescoberta, os pinheiros Wollemi são cultivados em jardins botânicos e propriedades particulares em todo o mundo. Além disso, a Wollemi Pine Recovery Team, uma colaboração entre cientistas do governo australiano e conservacionistas, começou a reintroduzir mudas em três locais no parque australiano.

Os locais compreendem desfiladeiros de arenito de alta altitude que são suficientemente profundos, estreitos e íngremes para fornecer refúgio contra incêndios florestais intensos e frequentes e secas”, explicaram os representantes da organização, em um e-mail à WordsSideKick.com. 

Reintrodução

Após um teste inicial de transplante em 2012, a equipe de recuperação deu início a um projeto maior em 2019, quando mais de 400 mudas foram transplantadas em dois locais. Mas devido às condições de seca, a equipe teve que transportar milhares de galões de água para as plantas, para garantir sua sobrevivência. Naquele mesmo ano, inúmeras árvores foram devastadas por incêndios florestais e apenas 58 mudas sobreviveram até 2023.

Em 2021, foram plantados mais 502 pinheiros Wollemi nos locais afetados pelos incêndios. “A sobrevivência excedeu em muito as expectativas, em parte devido a vários anos de condições favoráveis ​​de La Niña após o aumento populacional de 2021”, afirmaram os pesquisadores. 

O aumento das chuvas graças ao fenômeno climático ajudou os novos transplantes, mas esse período está se encerrando. Deslizamentos de terra após fortes chuvas em 2022 resultaram em mais perdas, porém mais de 80% das mudas sobreviveram. Em 2024, mais exemplares serão plantados.

Precauções

Para evitar a introdução de Phytophthora nos locais de plantio, a equipe adotou uma série de medidas. A localização dos pinheiros é mantida em sigilo do público, e até mesmo a equipe de reintrodução limita sua permanência no local. Eles também desinfetam seus calçados para reduzir a probabilidade de transportar esporos do fungo aquático, pois mesmo a presença mínima desses esporos pode representar uma ameaça à sobrevivência dessas árvores.

Apesar do cuidado com as novas populações, o destino das espécies na natureza está longe de ser garantido. As árvores jovens crescem a uma taxa inferior a 1 centímetro por ano, o que significa que levará décadas para atingirem a maturidade e começarem a produzir sementes.

Além disso, incêndios e outras questões climáticas, como a diminuição das chuvas, podem representar desafios para os esforços de restauração nos próximos anos. Os cientistas veem esse esforço como um empreendimento multigeracional: será necessário um novo grupo de conservadores assumir o papel nas décadas seguintes.

Dado o lento crescimento e maturação dos pinheiros Wollemi na natureza, é provável que isto leve muitas décadas, senão séculos. Dados os aumentos previstos na frequência e gravidade dos incêndios e da seca devido às alterações climáticas - sem dúvida as duas maiores ameaças a estas populações — a sua segurança a longo prazo está longe de estar garantida.", explicaram os pesquisadores.