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Notícias / Holocausto

Comunidade judaica se manifesta após Lula comparar Gaza com o Holocausto

Em fala recente, Lula, presidente do Brasil, comparou as mortes provocadas por Israel em Gaza com o massacre promovido por Hitler contra os judeus

por Thiago Lincolins

tlincolins_colab@caras.com.br

Publicado em 18/02/2024, às 14h52 - Atualizado às 15h50

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Lula (à esqu.) e foto do campo de concentração de Buchenwald (à dir.) - Getty Images e United States Holocaust Memorial Museum
Lula (à esqu.) e foto do campo de concentração de Buchenwald (à dir.) - Getty Images e United States Holocaust Memorial Museum

Uma recente declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, causou polêmica neste domingo, 18. O presidente brasileiro considerou 'genocídio' o que Israel promove na Faixa de Gaza enquanto a guerra com o Hamas se desenrola. 

Para Lula, a resposta do país se compara ao que os nazistas, liderados por Adolf Hitler,fizeram com os judeus durante a Segunda Guerra Mundial, que marcou a morte de milhões.

A fala de Lula ocorreu numa entrevista em Adis Abeba, Etiópia, no qual participou da 37ª Cúpula da União Africana e de reuniões. Na ocasião, o presidente brasileiro foi questionado sobre países não realizarem repasses para a UNRWA, agência da ONU que ajuda refugiados da Palestina.

Lula chamou atenção para os países que não enxergam o que acontece atualmente na Faixa de Gaza, enquanto se desenrola a guerra entre Israel e o Hamas. "Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças", disse ele.

O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", afirmou Lula.

A comunidade judaica

A fala de Lula resultou em manifestações da comunidade judaica. Confira abaixo!

  • Confederação Israelita Brasil:

"A CONIB repudia as declarações infundadas do presidente Lula comparando o Holocausto à ação de defesa do Estado de Israel contra o grupo terrorista Hamas. Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu. Essa distorção perversa da realidade ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes. O governo brasileiro vem adotando uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira. A CONIB pede mais uma vez moderação aos nossos dirigentes, para que a trágica violência naquela região não seja importada ao nosso país", divulgou em nota no perfil oficial do Instagram.

  • Federação Israelita do Estado de São Paulo:

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (18) que as ações militares de Israel na Faixa de Gaza configuram um genocídio e ainda fez um paralelo com o extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler. É lamentável o posicionamento, cada vez mais extremista, tendencioso e dissociado da realidade, do Presidente Lula. Comparar a legítima defesa do Estado de Israel contra um grupo terrorista que não mede esforços para assassinar israelenses e judeus com a indústria da morte de Hitler é de uma maldade sem fim. Condenamos mais uma colocação infeliz do presidente e esperamos que o Itamaraty, que tanto nos orgulhou na história, com sua posição isenta e equilibrada, volte a ser digno de elogios", disse a nota, também divulgada no Instagram.

Após a fala de Lula, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, se manifestou através das redes sociais. Ele disse que a fala de Lula banaliza o Holocausto e convocou uma reunião com o embaixador do Brasil.

"Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e garantia do seu futuro até a vitória completa", afirmou Netanyahu.