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Notícias / Itália

Contrabandista de pessoas envolvido em mais de 90 mortes é preso na Itália

Gun Ufuk, de 29 anos, é um homem turco condenado a 20 anos de prisão por envolvimento em naufrágio mortal ocorrido na costa de Calábria, na Itália, em 26 de fevereiro do ano passado

Éric Moreira Publicado em 08/02/2024, às 09h20

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Destroços de barco e roupa de bebê em praia italiana após naufrágio - Getty Images
Destroços de barco e roupa de bebê em praia italiana após naufrágio - Getty Images

Recentemente, um tribunal italiano condenou a 20 anos de prisão um cidadão turco de 29 anos chamado Gun Ufuk. Ele foi acusado de ser um traficante de pessoas envolvido em naufrágio mortal ocorrido em fevereiro do ano passado, na costa italiana.

O julgamento ocorreu no tribunal da cidade de Crotone, no sul do país, e Ufuk foi considerado culpado não só de causar o naufrágio, como também de colaborar com a imigração ilegal. Além da prisão, ele também foi condenado a pagar uma multa de 3 milhões de euros, além de indenizações aos demandantes civis.

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O homem, no entanto, negou ter estado no comando do barco. Além dele, haviam ainda outros três contrabandistas na embarcação, que naufragou durante uma tempestade ao largo da costa da Calábria no dia 26 de fevereiro do ano passado. Na ocasião, o barco de madeira transportava cerca de 180 pessoas provenientes do Afeganistão, Irã, Paquistão e Síria, incluindo muitas crianças; ele partiu da Turquia e naufragou a poucos metros da costa, vitimando pelo menos 94 migrantes.

Segundo o The Guardian, durante dias após o naufrágio ainda foi possível encontrar corpos e destroços do barco nas praias da região. Um dos supostos contrabandistas morreu no incidente, e os outros dois ainda enfrentam julgamento.

Durante o julgamento, que ocorreu na última quarta-feira, 7, Ufuk disse que foi contratado apenas para ser mecânico do barco, mas que nunca esteve no comando. Ele contou que teve de "fugir da Turquia por razões políticas", explicando que já havia sido preso por criticar o presidente Recep Tayyip Erdoğan.

Combate ao contrabando

Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, comprometeu-se após o naufrágio a reprimir os contrabandistas, incluindo a aplicação de penas mais duras e a concessão de cotas preferenciais a trabalhadores de países que combatam os contrabandistas ao seu lado. Vale mencionar que seu partido, o Irmãos da Itália — envolvido em uma série de polêmicas de extrema-direita — venceu as eleições em 2022 justamente com a promessa de conter a chegada de migrantes ilegais por via marítima.

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Em 2023, cerca de 250 pilotos de barco foram presos no país, segundo um relatório divulgado no último mês da ONG italiana Arci Porco Rosso e da organização sem fins lucrativos Borderline Europe. Deles, a maioria era cidadãos egípcios pilotando navios que transportavam migrantes da Líbia ou da Tunísia.