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Notícias / Arqueologia

Descoberta de fóssil no Acre revela nova espécie de primata

Fóssil de dente de 35 milhões de anos, encontrado perto do Rio Juruá, explica a história da migração dos macacos para a América do Sul

Redação Publicado em 07/07/2023, às 19h27

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Ilustração do primata e imagem do fóssil descoberto - Reprodução/Ilustração/Jorge Gonzales e Diego Barletta
Ilustração do primata e imagem do fóssil descoberto - Reprodução/Ilustração/Jorge Gonzales e Diego Barletta

O encontro de um fóssil de dente, nas margens do alto Rio Juruá, no estado do Acre expôs uma nova espécie de primata e desvendou a narrativa de como os primeiros macacos chegaram às Américas. Conhecido como Ashaninkacebus simpsoni, esse primata residiu 35 milhões de anos atrás na região amazônica brasileira, conforme repercutido pelo portal G1. 

Por meio desse dente fossilizado, os pesquisadores puderam obter informações sobre o tamanho e a dieta dos primeiros macacos que migraram da África para a América do Sul há milhares de anos. O estudo, divulgado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences USA, na segunda-feira (3), foi realizado por um time composto por paleontólogos e geólogos do Brasil, Argentina e França em uma expedição na região oeste da Amazônia brasileira.

"A descoberta do Ashaninkacebus simpsoni possui uma relevância mundial para o estudo da evolução dos primatas. Além de contar parte da história dos macacos que ainda habitam nosso continente, ele ajuda a compreender os eventos biogeográficos ocorridos durante o Paleógeno (66-23 milhões anos atrás). Já sabíamos que dois grupos de primatas de origem africana haviam chegado à América do sul há pelo menos 34 milhões de anos, e agora, Ashaninkacebus revela que um terceiro grupo também chegou aqui", explicou, Leonardo Kerber, paleontólogo da Universidade Federal de Santa Maria que fez parte da pesquisa.

Descobertas

Essas constatações não apenas fornecem novas hipóteses a respeito dos primórdios dos macacos no Novo Mundo, mas também auxilia na compreensão da evolução dos roedores e primatas na América do Sul, tidos como um dos grupos mais diversos da Região Neotropical, quando se trata de mamíferos.

Kerber enfatizou o papel da conservação da Amazônia para a explicação da história da humanidade:

"Essa descoberta só demonstra o imenso potencial científico que a Amazônia possui. Hoje a Amazônia apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta e isso deve ser motivo de orgulho para nós, brasileiros, já que grande parte dela encontra-se em nosso país. As barrancas dos rios que cortam o estado do Acre apresentam um riquíssimo patrimônio paleontológico e cada nova descoberta representa uma peça do quebra-cabeça que os cientistas tentam montar. Esse quebra-cabeça é justamente a complexa história da Amazônia nos últimos milhões de anos", explicou Kerber.