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Notícias / Reconstrução

Designer brasileiro revela face de Homo sapiens que habitou a terra há mais de 80 mil anos

Cicero Moraes, que atua como designer 3D, reconstruiu o rosto a partir de um crânio encontrado em 1932 em Israel

Maria Paula Azevedo, supervisão de Publicado em 14/08/2023, às 16h37

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Colagem das reproduções objetivas e artísticas - Reprodução/OrtogoOnLineMag/Cicero Moraes
Colagem das reproduções objetivas e artísticas - Reprodução/OrtogoOnLineMag/Cicero Moraes

No último sábado, 12 a revista OrtogoOnLineMag publicou o resultado da reconstrução facial de um Homo sapiens arcaico. As imagens foram obtidas por um designer 3D brasileiro, chamado Cicero Moraes, que trabalhou a partir de um crânio descoberto em 1932 no Monte Carmelo, em Israel.

Estima-se que o fóssil utilizado na pesquisa, nomeado Skhūl V, seja de 80 a 120 mil anos atrás, e que teria pertencido a um Homo heidelbergensis. Após ter sido descoberto por Hallam L. Movius, Jr. e Theodore McCown, ele foi objeto de múltiplos estudos durante os anos 1940, chegando a ser classificado como um Paleoanthropus palestinensis por um breve período.

Conforme repercutido pelo portal Galileu, o brasileiro explicou a classificação do Skhūl V em seu estudo:

A discussão acerca do que seria um humano moderno e um humano arcaico não conta com um consenso, de modo que pesquisadores procuraram classificar as características estruturais do crânio Skhūl V, comparando-os com humanos modernos e outras amostras do gênero Homo, como os heidelbergensis e neanderthalensis”, afirmou Moraes para a OrtogoOnLineMag.

Primeiros esboços

Para realizar a aproximação facial, Moraes obteve o crânio digitalmente, tendo recebido duas mandíbulas e duas caixas cranianas, oriundas do perfil RLA Archaeology no site Sketchfab. Trabalhando com o software Blender 3D, o submódulo ForensicOnBlender e a extensão OrtogOnBlender, o brasileiro deu início a reconstrução.

Uma série de pontos anatômicos foram distribuídos ao longo das peças anatômicas, de modo a fornecer projeções relacionadas a estruturas do tecido mole e ósseo, baseadas em mensurações efetuadas em tomografias de indivíduos modernos de ancestralidades diferentes”, explicou Moraes ao OrtogoOnLineMag.

Depois disso, uma deformação no fóssil possibilitou a inserção de uma malha de tecido mole e do crânio de um doador sobre o Skhūl V. O designer finalizou com a modelagem do nariz, se baseando em tomografias de indivíduos vivos, além de adequar os lábios, olhos e orelhas. Pelos faciais e cabelo também foram inseridos, como mostra o vídeo divulgado por Moraes em seu canal do YouTube.

Produto final

Cicero Moraes produziu duas categorias de imagens: artísticas e objetivas. As representações artísticas possuem características mais humanas, como coloração na pele, pelos faciais, cabelo e arcada dentária, resultando em uma sutil expressão facial.

Já as imagens objetivas expõem o que é anatomicamente correto, em um tom de sépia, pois a coloração exata do Homo sapiens é indefinida. A mesma incerteza pauta a ausência de estruturas como cabelo e barba.

Ainda que contenha elementos especulativos acerca da aparência do indivíduo, por se tratar de um trabalho que será apresentado ao público geral, fornece os elementos necessários para que passe um aspecto facial vivificado, muito difícil de se viabilizar apenas com a exposição do crânio e pobre de apelo visual na imagem objetiva em tom sépia”, concluiu Moraes.