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Notícias / Alemanha

Destroços da primeira sinagoga destruída por Hitler são encontrados em Munique

Destruição do templo judaico, classificado pelo Führer como “monstruosidade”, foi ordenada em 1938

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 10/07/2023, às 11h03

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Destroços da sinagoga destruída por Hitler - Museu Judaico de Munique
Destroços da sinagoga destruída por Hitler - Museu Judaico de Munique

Durante obras em uma barragem no rio Isar, no último dia 28 de junho, trabalhadores da construção civil de Munique, na Alemanha, descobriram os destroços de uma sinagoga que o regime nazista destruiu em 1938.

A descoberta só foi anunciada na última quinta-feira, 6. Segundo repercutido pela CNN, o achado aconteceu quando os operários avistaram as colunas do santuário e uma placa com os dez mandamentos inscritos.

Placa com parte dos 10 mandamentos/ Crédito: Museu Judaico de Munique

Um dia após o achado, a equipe noticiou o Museu Judaico de Munique, informando ao diretor Bernhard Purin que eles poderiam ter tropeçado nos restos da antiga sinagoga da cidade. "Nunca pensei que encontraríamos algo da antiga sinagoga", disse Purin à CNN.

Senti-me feliz e triste ao mesmo tempo com esta descoberta extraordinária."

A sinagoga de Munique

A Sinagoga de Munique foi concluída em 1887, sendo projetada para de adequar ao estilo arquitetônico da cidade alemã. Segundo o The New York Times, à época, um jornal local classificou a construção como um "ornamento da cidade".

O prédio se tornou a principal sinagoga da cidade antes de Adolf Hitler ordenar sua destruição em junho de 1938. A construção foi a primeira sinagoga destruída durante o regime nazista. De acordo com Purin, Hitler desprezava olhar para ela, chamando-a de "monstruosidade".

"A sinagoga ficava muito perto de uma galeria de arte principal com um restaurante onde Hitler gostava de jantar quando estava em Munique", disse o diretor à NPR. "Ele tinha que olhar para a sinagoga, [da qual] ele não gostava."

Ilustração de como era a sinagoga/ Crédito: Museu Judaico de Munique

Após sua destruição, a empresa de demolição responsável pela destruição levou os destroços para um depósito a oeste de Munique. Mais tarde, os restos serviram para a construção de uma barragem na década de 1950.

Purin afirmou que ainda há "uma boa chance" de que outras peças da sinagoga estejam lá, mas acrescentou que "há árvores crescendo nas colinas agora e não será possível cavar as pedras". Apesar disso, a cidade celebrou a notável descoberta.

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"Hoje, estamos tão surpresos ao ver fragmentos da antiga sinagoga principal aparecerem novamente quanto chocados com a falta de respeito com que foram tratados mesmo depois de 1945", disse Charlotte Knobloch, presidente da Comunidade Judaica de Munique e Alta Baviera, ao The New York Times.

Por fim, o prefeito de Munique, Dieter Reiter, também comentou a descoberta em um comunicado, onde descreveu a destruição da sinagoga de Munique como o "início da exclusão, perseguição e destruição" dos judeus alemães.

O fato de hoje encontrarmos restos do magnífico edifício que definiu a paisagem da cidade é um golpe de sorte e me comove profundamente", completou.

Atualmente, o governo de Munique planeja escavar cerca de 150 toneladas de detritos das águas do rio Isar. Posteriormente, os trabalhadores transferirão os destroços para um pátio da cidade, onde pesquisadores e historiadores irão examinar e registrar adequadamente quaisquer descobertas significativas.