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Notícias / Oppenheimer

Como foi o projeto que criou a bomba atômica

O Projeto Manhattan contou com cientistas, engenheiros e especialistas para criar a bomba atômica

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 19/07/2023, às 14h20 - Atualizado em 04/08/2023, às 12h11

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Bombas do tipo 'Little Boy' - Governo dos EUA - Projeto Manhattan
Bombas do tipo 'Little Boy' - Governo dos EUA - Projeto Manhattan

Foi lançado nos cinemas brasileiros um dos filmes mais aguardados do ano: Oppenheimer. Dirigido por por Christopher Nolan, o longa aborda acerca da história do físico teórico americano responsável por desenvolver a primeira bomba atômica, no chamado Projeto Manhattan, durante a Segunda Guerra Mundial.

De origem judaica, Julius Robert Oppenheimer nasceu em 22 de abril de 1904 na cidade de Nova York. Apaixonado por química desde a época da escola, ele se formou na área no ano de 1925 pela Universidade de Harvard e, mais tarde, estudou física na Universidade de Cambridge e na Universidade de Göttingen, obtendo seu doutorado em 1927.

Origem do projeto

As pesquisas para o Projeto Manhattan foram iniciadas em setembro de 1939, após decisão de Franklin Roosevelt — quem havia recebido em agosto uma carta escrita pelo físico Leo Szilard e assinada por Albert Einstein. Nela, os cientistas alertavam que os nazistas estavam explorando urânio na então Checoslováquia — e que poderiam vir a construir um novo tipo de bomba.

Oppenheimer junto a Albert Einstein, em 1950 / Crédito: Domínio Público / Governo dos Estados Unidos

“É concebível (…) que possam construir bombas de um novo tipo extremamente poderoso”, dizia um trecho do documento. Temerosas com a informação, as autoridades americanas decidiram então desenvolver sua própria bomba nuclear.

O primeiro teste

Sob comando do general Leslie Groves e do físico Julius Robert Oppenheimer, o Projeto Manhattan empregou uma vasta equipe de cientistas, engenheiros e especialistas para pesquisar e construir a bomba atômica. O primeiro reator nuclear construído pelo projeto, o Laboratório Nacional de Los Alamos, ficava no Novo México.

O trabalho no Projeto Manhattan era altamente sigiloso, e poucas pessoas tinham conhecimento completo sobre suas metas e atividades, embora mais de 150 mil tenham trabalhado em quatro estados (Illinois, Tennessee, Washington e, claro, Novo México).

Oppenheimer ao lado de Leslie Groves nos restos do teste Trinity; à direita, umagem da explosão de Trinity / Crédito: Domínio público / Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA e Departamento de Energia dos Estados Unidos

A bomba atômica foi testada pela primeira vez em 16 de julho de 1945, no deserto do Novo México, naquele que foi chamado Teste Trinity. Essa bomba gerou um poder de 20 quilotons e um cogumelo de 12,1 km de altura.

Protestos

Se, por um lado, o Projeto Manhattan marcou o avanço do conhecimento sobre a energia nuclear, ele trouxe, por outro, uma série de implicações éticas. Muitos cientistas, na época, acabaram abandonando o projeto ao verem os rumos que haviam sido tomados.

O próprio Leo Szilard, segundo a fonte, chegou a realizar uma petição exigindo controle internacional para armas atômicas. O documento foi assinado por 155 de seus colegas — porém Oppenheimer acabou impedindo a circulação do manifesto.

Explosão de Little Boy sobre Hiroshima (esquerda) e Fat Man em Nagasaki (direita) / Crédito: Wikimedia Commons / George R. Caron

Hiroshima e Nagasaki

Em 6 de agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lançaram a primeira bomba atômica em Hiroshima, no Japão, seguida por outra em Nagasaki em 9 de agosto. Esses ataques resultaram em devastação e morte em larga escala — que culminariam na rendição do Japão e no fim da guerra.

A partir de então, o Projeto Manhattan entraria em um ritmo de desligamento até que todas as suas atividades fossem encerradas, em 15 de agosto de 1947.

Após o conflito, o conhecimento e a experiência adquiridos no projeto foram usados no desenvolvimento de programas nucleares em várias nações, levando a uma corrida armamentista nuclear durante a Guerra Fria.