Em 4 de maio de 1949, a Itália presenciou sua tragédia esportiva mais marcante ao perder o time do Torino em um acidente; conheça a história!
Acidentes esportivos, embora raros, podem se transformar em tragédias de proporções devastadoras, deixando um rastro de luto e questionamentos. Equipamentos inadequados, mal conservados ou utilizados de forma incorreta podem comprometer a segurança dos atletas e aumentar a probabilidade de lesões graves.
Assim como ações imprudentes de atletas, técnicos, árbitros ou torcida podem gerar situações de risco, como faltas violentas, negligência nas medidas de segurança ou invasão do campo de jogo.
Mas o que acontece quando o destino decide intervir? Quando um erro humano é combinado com fatores naturais, é quase impossível de controlar o resultado.
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Um bom exemplo é o caso do acidente aéreo que vitimou a equipe da Chapecoense em 2016, durante sua viagem para a final da Copa Sul-Americana, mas antes desse acontecimento, outro acidente aéreo marcou a história do esporte: quando o Torino vivenciou um dos eventos mais trágicos na história do futebol em 4 de maio de 1949, marcando hoje, também dia 4, os 75 anos da triste data. Conheça a história:
O Torino Football Club, uma das equipes mais emblemáticas do país naquela época, estava retornando de Lisboa após um amistoso contra o Benfica. O que deveria ser uma viagem de volta rotineira transformou-se em uma tragédia que deixou uma marca trágica no mundo do futebol.
Naquele 4 de maio de 1949, há exatos 75 anos, o avião, um Fiat G.212 que transportava a delegação, deixou a capital portuguesa rumo a Turim, mas antes fazendo uma escala em Barcelona.
Em meio a condições meteorológicas adversas, devido a um denso nevoeiro na parte final do trajeto, a aeronave acabou se chocando contra uma parede da Basílica de Superga, situada no alto de uma colina da cidade. A tragédia ceifou a vida de todos os 31 ocupantes a bordo, incluindo jogadores, membros da equipe técnica e jornalistas.
Entre os passageiros estava toda a equipe principal do Torino, conhecida como "Grande Torino", que dominou o futebol italiano na década de 1940, conquistando cinco títulos da Série A — sendo quatro deles consecutivos (de 1945/46 a 1948/49).
O impacto foi devastador para o futebol italiano e para o mundo do esporte como um todo. O Torino, um clube com uma história rica e uma legião de fãs apaixonados, perdeu praticamente todos os seus talentos de uma só vez. A nação inteira lamentou a perda dos heróis do futebol, cujas habilidades e caráter transcendiam as fronteiras do esporte.
Durante o dia do funeral, aproximadamente um milhão de pessoas se reuniram nas ruas para prestar suas últimas homenagens aos heróis italianos. Esses jogadores não eram apenas atletas; eram figuras proeminentes na sociedade, empresários locais e membros ativos de suas comunidades, como informado pelo Globo Esporte.
Desde então, o clube nunca conseguiu se desvencilhar completamente de sua história trágica. O Torino só voltou a conquistar um título em 1968, com a Copa da Itália. O longo jejum na Série A terminou 27 anos após a tragédia, durante a temporada 1975/76. O próximo título só foi celebrado em 1993, novamente na Copa da Itália, enquanto a Juventus, rival da cidade, crescia e dominava o futebol nacional.
Após os horrores da Segunda Guerra Mundial, a Itália encontrou no futebol um refúgio para suas aflições. Para muitos, o esporte não era apenas uma distração, mas uma fonte vital de alegria em meio à devastação causada pela fome e pela incerteza em relação ao futuro.
Nesse cenário desafiador, o Torino emergiu como uma luz para o país, sob a liderança de Valentino Mazzolla. Ao contrário de muitas equipes italianas, os Touros adotavam uma abordagem ofensiva, conquistando o coração do público com seu estilo de jogo vibrante.
Uma tática emblemática era conhecida como "os 15 minutos do Estádio Filadélfia", quando a equipe lançava ataques avassaladores durante um período de quinze minutos. Com uma velocidade impressionante, encantavam os espectadores com seu ritmo frenético.
O domínio do Torino nessa era de ouro refletia-se em suas conquistas. O clube foi campeão italiano por cinco vezes, em uma sequência de quatro títulos consecutivos (de 1945/46 a 1948/49), sendo este último dedicado pela Federação Italiana em homenagem aos falecidos no acidente. Em 1943, o Torino tornou-se o primeiro time a vencer tanto o campeonato quanto a copa nacional na mesma temporada.
O sucesso da equipe de Turim também beneficiou a seleção italiana. Em 1947, em uma partida contra a Hungria, dez dos onze titulares da Azzurra eram do Torino. Porém, a tragédia do acidente aéreo em 1950, que ceifou muitos de seus principais jogadores, enfraqueceu consideravelmente a equipe nacional para a Copa do Mundo daquele ano. No torneio conquistado pelos uruguaios, os italianos foram eliminados ainda na fase de grupos.
