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Notícias / Mundo

Escócia volta a ser acometida com doença recorrente da Era Vitoriana

Condição afetou fortemente a população da Grã-Bretanha no século 19, e era considerada superada há pelo menos 50 anos

Redação Publicado em 22/08/2023, às 11h17

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Imagem com representação de rua da Escócia na Era Vitoriana - Domínio Público via Wikimedia Commons
Imagem com representação de rua da Escócia na Era Vitoriana - Domínio Público via Wikimedia Commons

Levantamentos recentes do governo da Escócia, registrados em 2022, mas revelados pelo The Sunday Times no último sábado, 19, apontam um dado que preocupa bastante a população escocesa: em comparação com o ano de 2018, a sociedade sofrera com um aumento de quase 25% no número de casos de raquitismo, ao registrar 442 ocorrências.

Vale mencionar que a doença, que acometeu a Grã-Bretanha especialmente durante a Era Vitoriana (1837 - 1901), já era considerada superada há pelo menos 50 anos. Ela é caracterizada pelo amolecimento e enfraquecimento dos ossos, afetando o crescimento do indivíduo e provocando deformidades no esqueleto, devido a uma extrema deficiência de vitamina D.

No passado, a doença era muito relacionada à pobreza, sendo diagnosticada principalmente nas regiões periféricas do Reino Unido. E hoje não é tão diferente: especialistas acreditam que seu aumento também seja reflexo da desigualdade social, sendo a maioria registrada na área metropolitana de Glasgow e Clyde, uma das mais carentes de toda a Escócia. 

Problema de seu tempo

Como já mencionado, o raquitismo se relaciona diretamente à deficiência de vitamina D — esta que pode ser obtida com base em uma alimentação saudável e rica em óleos, como oleaginosas e peixes, e é absorvida pelo corpo com exposição solar — no organismo do indivíduo.

Sabendo disso, é possível compreender o que disse Lynsay Crawford, especialista na doença, em entrevista ao jornal escocês The Herald: além de hoje em dia as pessoas passarem muito mais tempo em casa, tomando menos sol, "adotam hábitos alimentares que, embora sejam baratos, não são saudáveis e falham na missão de nutrir os indivíduos."

A reportagem também apurou que a região de Glasgow apresentou um grande aumento no número de crianças tratadas por desnutrição nos últimos anos, bem como a própria expectativa de vida dos mais ricos e dos mais pobres se distancia: homens que vivem nas áreas mais carentes vivem cerca de 15,4 anos menos que os de regiões ricas; com as mulheres, a diferença é de 11,6 anos.

Além do mais, outras doenças comum da Era Vitoriana, quando grande parte da população sofria com a pobreza, estão voltando a aumentar no país, como a tuberculose e a escarlatina. E ambas, mais uma vez, se relacionam à má nutrição, inclusive nos tempos atuais.

Aumentar a expectativa de vida saudável e reduzir as desigualdades de saúde na Escócia continua sendo uma ambição clara do governo. Sabemos que as pessoas que vivem na pobreza têm uma saúde pior. É por isso que o principal objetivo é tornar mais fácil para todos comer bem e ter um peso saudável. Isso inclui a redução dos níveis de desnutrição", declarou, por fim, um porta-voz do governo escocês ao The Herald.