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Notícias / Arqueologia

Estudo inédito: Cientistas extraem DNA humano de pingente usado há quase 20 mil anos

Método recém inventado consegue coletar informação genética de artefatos feitos de osso tocados por humanos na Idade da Pedra

Ingredi Brunato Publicado em 03/05/2023, às 15h16 - Atualizado às 23h50

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Fotografia do pingente de osso usado por uma mulher do Paleolítico - Divulgação/ Instituto Max Planck
Fotografia do pingente de osso usado por uma mulher do Paleolítico - Divulgação/ Instituto Max Planck

Pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, que fica localizado na Alemanha, desenvolveram um novo método de extração de DNA capaz de retirar informação genética de dentes e outros ossos sem danificar as amostras do passado. 

A estrutura da superfície de artefatos de osso e dente do Paleolítico fornece informações importantes sobre sua produção e uso. Portanto, preservar a integridade dos artefatos, incluindo microestruturas em sua superfície, foi uma prioridade", explicou a arqueóloga Marie Soressi, co-autora do estudo, conforme apurou o site Phys.org. 

A prática foi comparada a uma "máquina de lavar" no sentido que os artefatos usados na pesquisa teriam sido "lavados" com água e produtos químicos a altas temperaturas. Com o processo, o DNA que antes estava nos fósseis passou para a água utilizada. 

Descoberta 

Após testarem seu método em diferentes amostras, a equipe alemã finalmente obteve sucesso com um pingente escavado em 2019 na Caverna Denisova, que fica na Rússia. Feito de dente de veado, o objeto histórico estava repleto de genes humanos pertencentes a um indivíduo que teria vivido entre 19 mil e 25 mil anos atrás. 

Com base nos experimentos feitos em laboratório, foi possível determinar que a pessoa que usou o colar era uma mulher de perfil genético próximo ao dos povos antigos do norte da Eurásia.

Vale mencionar que a extração de DNA de itens onde pessoas deixaram suas digitais já é um conceito com o qual muitos de nós estamos familiarizados, uma vez que é uma técnica utilizada na resolução de crimes. A replicação dessa prática para a arqueologia, todavia, é um desdobramento impressionante.  

"Os cientistas forenses não ficarão surpresos com o fato de o DNA humano poder ser isolado de um objeto que foi muito manuseado, mas é incrível que isso ainda seja possível depois de 20.000 anos", disse Matthias Meyer, que é geneticista e também o outro co-autor da pesquisa, ainda segundo o Phys.org. 

+ Para conferir o artigo científico, clique aqui.