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Notícias / Expedição

Expedição a ilha desabitada no Atlântico Sul revela 8º lago de lava conhecido no mundo

A primeira subida ao Monte Michael foi documentada e os resultados da expedição serão exibidos em novo episódio de ‘Explorer’

Redação Publicado em 24/10/2023, às 16h01

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Navio Australis chegando no local da expedição - Divulgação / National Geographic
Navio Australis chegando no local da expedição - Divulgação / National Geographic

Em 2001, satélites da NASA que monitoravam uma ilha desabitada próxima à Antártida, no Oceano Atlântico Sul, detectaram uma anomalia térmica que surpreendeu os cientistas. A irregularidade revelou a presença de uma assinatura térmica associada a um lago de lava, escondido nas profundezas de um vulcão previamente inexplorado. Naquela época, apenas sete lagos de lava eram conhecidos em todo o mundo.

Apesar da descoberta da anomalia térmica, os vulcanologistas não conseguiram confirmar a existência desse lago de lava com base apenas em dados térmicos. Foi somente após duas décadas que eles conseguiram confirmar a existência desse fenômeno.

No episódio mais recente do programa “Explorer,” que irá estrear em 26 de outubro, cineastas acompanharam uma equipe de cientistas e alpinistas durante a primeira ascensão ao Monte Michael, um vulcão localizado na Ilha Saunders, das Ilhas Sandwich do Sul, confirmando assim a presença do lago de lava.

“Os lagos de lava são um dos melhores laboratórios naturais que temos para estudar os processos vulcânicos”, relatou Emma Nicholson, vulcanologista e professora associada de ciências da Terra na University College London que participou da expedição, ao WordsSideKick.com. “Os lagos de lava não são permanentes; são geologicamente transitórios, por isso, quando descobrimos um novo laboratório, temos de aproveitá-lo o mais rapidamente possível”.

Desafios da pesquisa

A expedição bem-sucedida, que ocorreu em novembro de 2022, foi o resultado de anos de preparação e planejamento. Além de documentar o lago de lava, a missão tinha como objetivo coletar dados para aprimorar os modelos de atividade vulcânica.

Membros da equipe de expedição - Crédito: Divulgação / National Geographic

Esses lagos de lava permitem que os cientistas “revelem” os processos internos de um vulcão, que normalmente permanecem ocultos nas profundezas da Terra. Diferentemente da maioria dos vulcões, onde sua atividade é interpretada com base em medições de superfície, nos lagos de lava, esses processos são visíveis e mensuráveis.

A expedição enfrentou vários desafios, desde navegar pelo tempestuoso Oceano Antártico rumo a Ilha Saunders, até a luta contra as condições climáticas adversas no topo do vulcão. No entanto, a equipe alcançou finalmente o cume e, após uma segunda subida, avistou a cratera do Monte Michael, confirmando a presença do lago de lava.

A descoberta

Os exploradores finalmente chegaram ao cume, mas a visibilidade era fraca para distinguir o lago. Numa segunda subida, a equipe avistou a cratera do Monte Michael. “Era maior e mais vasto do que eu jamais poderia imaginar”, disse Nicholson. No fundo do buraco, eles encontraram o que hoje é oficialmente o oitavo lago de lava conhecido na Terra.

“Essa descoberta terá um impacto significativo no campo da vulcanologia, auxiliando os cientistas a aprimorar seus modelos e instrumentos de medição”, disse Nicholson ao Live Science. “Explorer: Lake of Fire” estreia na National Geographic e estará disponível para transmissão na Disney + na sexta-feira, 27.