Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Cientista

"Têm uma vida normal", diz cientista sobre bebês geneticamente modificados

O cientista chinês He Jiankui passou três anos preso por criar bebês com técnicas de modificação genética

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 09/02/2023, às 11h38

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
O cientista chinês He Jiankui - Divulgação / vídeo / The Independent
O cientista chinês He Jiankui - Divulgação / vídeo / The Independent

O cientista chinêsHe Jiankui, quem foi o responsável por criar três bebês geneticamente modificados, concedeu uma entrevista ao jornal South China Morning Post esta semana.

Na ocasião, Jiankui, quem foi solto no ano passado após três anos de prisão, declarou que não quer ver as crianças sendo perturbadas e que “a felicidade delas e de suas famílias deve estar em primeiro lugar”.

De acordo com informações da revista Galileu, o profissional surpreendeu o mundo no ano de 2018, quando anunciou que havia criado duas crianças gêmeas a partir de modificações genéticas, além de um terceiro bebê. Nos três casos foi utilizada a ferramenta de edição gênica CRISPR-Cas9.

A ideia, segundo a equipe do cientista, era reescrever o gene CCR5, uma vez que as pessoas nascidas com uma mutação nessa molécula apresentam resistência ao HIV e, em alguns casos, são até mesmo imunes ao vírus.

Resultados

Na época, He Jiankui afirmou que a modificação havia sido um sucesso e que as crianças deveriam apresentar resistência total ou parcial ao vírus causador da aids. Entretanto, especialistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) revisaram o estudo e apontaram que os dados apresentados não apoiavam o experimento.

Na verdade, a equipe não reproduziu a mutação conhecida. Em vez disso, eles criaram novas mutações, que podem levar à resistência ao HIV, mas talvez não”, disseram os pesquisadores do MIT em relatório.

Hoje, o cientista declara que as três crianças “têm uma vida normal, pacífica e imperturbável”. De acordo com o profissional, esse é o desejo delas e “devemos respeitá-las”.

'Fiz muito rápido'

Apesar de não saber dizer se usaria uma abordagem diferente caso tivesse feito o experimento hoje, Jiankui reconheceu que o teste foi precoce e que seria necessária uma melhor preparação: “Fiz muito rápido”.

Ao South China Morning Post, o cientista declarou que planeja colocar suas conclusões acerca do experimento em um artigo e compartilhá-lo com a comunidade científica internacional. De acordo com a fonte, ele agora pretende estudar terapias genéticas acessíveis para doenças raras, como é o caso da Distrofia Muscular de Duchenne.

Tenho uma visão de longo prazo, que é que cada um de nós deve estar livre de doenças hereditárias”, disse Jiankui.