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Notícias / Hamas

"Foram 51 dias no inferno", diz israelense sequestrada pelo Hamas

Em entrevista ao Fantástico, a israelense, Aviva Siegel, compartilhou os momentos de tensão vividos sob controle do Hamas

Redação Publicado em 11/03/2024, às 15h49

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A israelense, Aviva Siegel, em sua entrevista ao Fantástico - Reprodução/Vídeo/Fantástico
A israelense, Aviva Siegel, em sua entrevista ao Fantástico - Reprodução/Vídeo/Fantástico

Neste domingo, 10, o programa Fantástico da TV Globo divulgou uma entrevista exclusiva com Aviva Siegel, israelense feita de refém pelo Hamas ao longo de 51 dias. Na conversa, ela relembra os momentos de fome, tortura e testemunho do abuso sexual de outra mulher sequestrada. 

Foram 51 dias no inferno. Ninguém esquece uma coisa assim. Fui torturada, passei fome, tive sede. Não tinha oxigênio", disse a ex-refém ao programa da Globo.

Durante os ataques de 7 de outubro de 2023, Aviva, o marido Keith e outros 16 moradores do kibutz Kfar Aza, localizado a cerca de três quilômetros da fronteira de Gaza, foram levados pelos membros do Hamas

Após cerca de dois meses, quando um acordo de cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas incluiu a troca de reféns, ela foi liberta pelo grupo armado, entretanto, seu marido continua no poder dos extremistas.

Ele tem 64 anos e tem problemas de saúde, tem pressão alta e não está tomando o remédio certo. Tenho certeza disso, porque eu não tomei. E ele foi tratado como lixo, como um nada", disse Aviva com preocupação pelo estado do marido. 

A ex-refém está entre o grupo que protesta em Tel Aviv, capital de Israel, contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, exigindo que a prioridade do governo seja a libertação dos reféns. 

Conforme repercutido pelo Fantástico, estima-se que, das 253 pessoas sequestradas nos ataques de 7 de outubro, ao menos 130 continuam nas mãos do Hamas, mas nem todos estão vivos. 

Abusos 

Em seus 51 dias no cativeiro, Aviva e seu marido experienciaram não apenas tortura física, mas também psicológica. “Não nos davam comida suficiente, então perdi 10 quilos. Davam um pouco de pão, às vezes tão seco que você mal conseguia mastigar. Às vezes era só um pouco de arroz, mas nunca era o suficiente. E às vezes não davam nem água o suficiente. Eles (os terroristas) costumavam comer na nossa frente, muita comida. Mastigavam, vinham de outro recinto mastigando, enquanto nos deixavam 24 horas sem comer”, relembrou a israelense.

Ao recontar os abusos físicos e sexuais de outras reféns, Aviva ficou emocionada: 

"Uma das moças foi ao banheiro e quando voltou eu pude ver no rosto dela que alguma coisa tinha acontecido. Levantei-me e dei um abraço nela. E o terrorista veio e começou a gritar porque a gente sabia que abraços eram proibidos. Depois de umas duas horas com todo mundo quieto por sabermos que uma coisa ruim tinha acontecido com ela, ela olhou pra mim e disse: ele tocou em mim.", disse a ex-refém.

Segundo a israelense, esse foi um dos momentos mais difíceis durante o cativeiro, pois desejava proteger a jovem, mas não podia. Ela também afirmou que os terroristas agrediam as reféns e uma delas foi violentada durante a transferência do grupo de prisioneiras.

Nesta semana, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou o relatório de uma investigação sobre a violência sexual nos ataques sofridos por Israel em outubro de 2023.

Segundo o documento, equipes de resgate encontraram corpos de mulheres nuas com as mãos amarradas e ferimentos de bala na cabeça. Os investigadores concluíram que alguns dos reféns levados para Gaza foram vítimas de diversas formas de violência sexual relacionadas aos conflitos.