Como uma forma de manifestação, agricultores franceses despejaram toneladas de esterco na calçada de uma delegacia e na porta de uma prefeitura
Na última quarta-feira, 24, agricultores franceses despejaram toneladas de esterco e lixo na porta da prefeitura e de uma delegacia de polícia em Guéret, na região central da França. O ato faz parte de uma onda de reivindicações da categoria por melhores condições de trabalho.
Com a ajuda de 300 tratores, os manifestantesinundaram a fachada da prefeitura e da delegacia com uma mistura líquida de esterco, que se espalhou pelas ruas da região. Conforme repercutido pelo UOL, com informações da rádio estatal France Bleu, a higienização levou vários dias, pois os dejetos entupiram os bueiros e penetraram nos escritórios do edifício.
Em suas redes sociais, a deputada Catherine Couturier condenou o protesto: “Apesar de apoiar a mobilização dos agricultores em parte de suas reivindicações, manifesto repúdio aos danos causados na cidade de Guéret. Estrume foi despejado em grande quantidade nas janelas e na porta do meu escritório, embora estivesse iluminado, sinalizando a presença da minha equipe e impedindo que eles pudessem sair livremente”.
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— Catherine COUTURIER Députée (@CouturierCathy) January 24, 2024
Alors que je soutien la mobilisation des agriculteurs sur une partie de leurs revendications et alors que la manifestation, fortement suivie, se déroulait sans encombre,
de nombreuses dégradations sont à déplorer dans la ville de Guéret :#AgriculteursEnColerepic.twitter.com/NVApSlMusV
Nas últimas semanas, os trabalhadores agrícolas expressaram preocupação com a redução da receita, baixas aposentadorias, a complexidade administrativa, as regulamentações ambientais em expansão e a competição internacional. Além de criticarem o acordo estabelecido entre a União Europeia e os países do Mercosul.
Como forma de manifestação, o setor passou a bloquear estradas próximas de Paris e recorrer a protestos, como o mencionado acima. Nos últimos 50 anos, a França diminuiu em 75% seu número de agricultores e pecuaristas, resultando em uma crescente dependência de importações. Atualmente, 60% das frutas consumidas no país são do exterior.