Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Google

Google homenageia Virgínia Leone Bicudo, mulher negra pioneira da psicanálise no Brasil

A psicanalista e socióloga foi autora da primeira dissertação sobre questões raciais no Brasil

Redação Publicado em 21/11/2022, às 16h45

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Virgínia Leone Bicudo - Reprodução/Página inicial Google
Virgínia Leone Bicudo - Reprodução/Página inicial Google

A página inicial do Google amanheceu diferente nesta segunda-feira, 21, isso porque a plataforma homenageia a psicanalista e socióloga brasileira Virgínia Leone Bicudo, que completaria 112 anos hoje se estivesse viva. Nascida em 21 de novembro de 1910, Virgínia foi pioneira no estudo de questões raciais no Brasil, educadora sanitária, professora universitária e divulgadora científica.

Filha de imigrante italiana e descendente de escravo, Virgínia dedicou sua vida à psicanálise. Formada na Escola Caetano de Campos em 1930, ela fez um curso de educação em saúde pública e passou a trabalhar como atendente psiquiátrica. Em 1936, decidiu cursar sociologia e matriculou-se na Escola Livre de Sociologia e Política, sendo a única mulher do curso.

Em uma entrevista para o jornal Folha de S. Paulo em 1994, Virgínia afirmou que a escolha da segunda formação foi motivada pela questão do racismo que, segundo ela, era formado ao nível sociocultural:

Eu tinha conflitos muito grandes comigo mesma, mas achava que a causa era social. Desde criança eu sentia preconceito de cor”.

Após se tornar bacharel, a psicanalista e socióloga decidiu fazer uma pós-graduação com o tema "relações raciais" e a conclusão encontrada por Virgínia na dissertação foi a de que não havia democracia racial no Brasil. Ela foi impedida de publicar o trabalho uma vez que seu orientador não concordava com a tese. 

Legado

Foi tratada como impostora no meio acadêmico por não possuir formação em medicina e decidiu deixar o Brasil em 1959 para viver em Londres, onde prosseguiu com seus estudos.

A pesquisadora morreu em 2003, antes de completar 93 anos, e deixou um extenso legado para as gerações. Apesar de ser pioneira, sua contribuição para a psicanálise no Brasil é pouco lembrada: sua dissertação de mestrado, por exemplo, só foi publicada 65 anos depois, em 2010.