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Notícias / Guerra Fria

Putin retira a Rússia de tratado de desarmamento nuclear assinado nos últimos anos da Guerra Fria. Entenda o período!

Após a saída dos EUA dos tratado INF, a Rússia anuncia sua saída oficial do acordo que estava em vigor desde 1987

Alana Sousa Publicado em 06/03/2019, às 15h00

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Donald Trump e Vladimir Putin - Reprodução
Donald Trump e Vladimir Putin - Reprodução

Na última segunda-feira, 4, o presidente Vladimir Putin suspendeu de maneira oficial a participação da Rússia no tratado de desarmamento nuclear INF assinado com os Estados Unidos durante a Guerra Fria. A ação é uma resposta ao governo americano que deixou o tratado em fevereiro.

O decreto alega que a participação de Moscou está suspensa “até que os Estados Unidos deixem de descumprir suas obrigações sob o tratado ou até o fim da sua validade”. Logo o governo dos Estados Unidos será notificado sobre a decisão.

As autoridades americanas decidiram abandonar o acordo após acusar a Rússia de violar o tratado com seu sistema de mísseis 9M729.

A Rússia, por sua vez, alega que os EUA trabalham na fabricação de novos mísseis, incluindo o desenvolvimento de um míssil nuclear de baixa potência.

O tratado nuclear tinha sido assinado em 1987 com a então URSS nos últimos anos da Guerra Fria, abolindo o uso de mísseis com alcance entre 500 e 5.500 km.

GUERRA FRIA

Em 6 de agosto de 1945, o bombardeiro B-29 americano Enola Gay lançou sobre a cidade de Hiroshima, no sul do Japão, a primeira bomba atômica da história. Em poucos segundos, o “Little Boy” (Garotinho), como os americanos chamavam a carga explosiva, formou um cogumelo de fumaça de 18 quilômetros de altura e matou 78 mil pessoas. Três dias depois veio o golpe de misericórdia: uma nova bomba atômica, dessa vez sobre a cidade de Nagasaki, matou mais 70 mil pessoas. Atordoado, o Japão rendeu-se incondicionalmente. Era o fim da Segunda Guerra Mundial e o início de uma nova era: a Guerra Fria.

Dias antes desses ataques, durante a conferência de Potsdam, na Alemanha, o presidente americano, Harry Truman, havia confidenciado ao líder soviético, Josef Stalin, que os Estados Unidos tinham desenvolvido uma arma com poder de destruição jamais visto. Truman, na verdade, pretendia intimidar os soviéticos, que avançavam com apetite por todo o leste europeu. Mas o serviço soviético de espionagem já vinha informando Stalin sobre o esforço americano para desenvolver a bomba atômica. Tanto que os soviéticos também tinham iniciado seu próprio projeto nuclear – e, menos de quatro anos depois de Hiroshima, realizariam com sucesso seu primeiro teste de explosão de uma bomba atômica.

Nos anos seguintes, os Estados Unidos e a União Soviética, as duas superpotências que emergiram da guerra, envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando exércitos e armas em seus territórios e nos países aliados. O mundo ficou literalmente dividido em dois blocos: o capitalista e o socialista. Durante quase meio século, americanos e soviéticos travariam intensa disputa em todos os setores – ideológico, tecnológico, econômico, esportivo, cultural –, mas, em função do equilíbrio de forças no campo militar, evitaram um confronto direto. Daí, a expressão “Guerra Fria”. Um conflito armado poderia significar o fim dos dois países e, possivelmente, da vida no planeta. Era a chamada “paz armada” ou “equilíbrio do terror”. Embora não tenham partido para a guerra declarada, as duas potências chegaram muito perto disso, como durante a crise dos mísseis de 1962, e alimentaram conflitos em outros países, como na Coréia e no Vietnã.

Agora, a suspensão do tratado INF gera temores de uma nova corrida armamentista entre Moscou e Washington.