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Notícias / Águias

Guerra na Ucrânia tem feito águias desviarem de suas rotas em até 250 km

Estudo publicado no periódico Current Biology analisou os voos de migração de 19 águias-pesqueiras antes e depois da invasão russa na Ucrânia

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 23/05/2024, às 09h30

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Imagem ilustrativa - Imagem de Docujeju por Pixabay
Imagem ilustrativa - Imagem de Docujeju por Pixabay

Águias migratórias estão alterando suas rotas a fim de evitar áreas de conflito na Ucrânia. É o que diz um novo estudo publicado no periódico Current Biology na última segunda-feira, 20.

Pesquisadores descobriram que essas aves estão desviando suas rotas em até cerca de 250 km para evitar zonas de conflito na Ucrânia, o que prolonga suas viagens para os locais de reprodução e exige mais energia.

Segundo informações do portal Galileu, o estudo analisou os voos de migração de 19 águias-pesqueiras antes e depois da invasão russa, ocorrida entre março e abril de 2022, comparando-os com os dados de 65 migrações registradas de 20 aves entre 2018 e 2021. As águias-pesqueiras viajam para locais de reprodução no sul da Bielorrússia, com as fêmeas migrando de locais frios na Grécia e os machos vindo do leste da África.

Dados de GPS mostraram que as águias desviaram significativamente suas rotas após o início da invasão, reduzindo ou evitando completamente paradas para descanso e reabastecimento. Os pesquisadores apontam que o atraso para chegar ao destino pode estar afetando a reprodução e a sobrevivência dos filhotes, uma vez que a presa pode estar menos disponível quando os ovos eclodirem.

Horas a mais

As águias-pesqueiras viajaram em média 85 km a mais após a invasão e levaram cerca de 55 horas adicionais para chegar aos seus destinos. Também é importante destacar que a velocidade dos machos durante o voo diminuiu.

Antes, 90% das águias faziam paradas na Ucrânia, mas após o início do conflito, esse número caiu para 32%. Os maiores desvios, destaca a fonte, se deram em áreas com alta atividade militar.

Como explica Charlie Russell, coautor do estudo e pesquisador da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, os desvios parecem ter sido feitos em resposta a eventos esporádicos: "Não é como se as aves estivessem verificando as notícias todas as manhãs para descobrir para onde deveriam ou não voar em suas migrações."

+Confira aqui o estudo completo.