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Notícias / Alemanha

Homem é acusado de tentar aplicar golpe de Estado na Alemanha

Segundo autoridades alemãs, homem pertencia a grupo extremista alemão que almeja criar regime como Império anterior à Primeira Guerra Mundial

Éric Moreira Publicado em 09/04/2024, às 08h30 - Atualizado às 09h55

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Fotografia de manifestante neonazista alemão com bandeira da Alemanha Imperial - Getty Images
Fotografia de manifestante neonazista alemão com bandeira da Alemanha Imperial - Getty Images

Na última segunda-feira, 9, promotores alemães de Hamburgo anunciaram que um homem de 66 anos era acusado de apoiar e se envolver com uma organização terrorista na Alemanha.

Conforme descrevem as autoridades, ele teria se aliado a um grupo que almejava tentar derrubar o atual governo democrático e reinstaurar o regime imperial que vigorava no século 19, antes da Primeira Guerra Mundial.

Segundo o g1, o homem apoiaria desde 2022 uma organização chamada Kaiserreichsgruppe ("Grupo do Império Alemão", em português). Este grupo defende a restauração do antigo regime autoritário baseado na Constituição do Império alemão, de 1871.

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Vale mencionar ainda que membros do grupo, antes de serem detidos, teriam supostamente planejado uma viagem de barco até a Rússia, com a intenção de solicitar a Putinapoio militar e político, pensando na fundação de um novo Estado Alemão. Eles se organizariam via Telegram; já o homem acusado mais recentemente também deve responder por posse ilegal de arma de fogo e de munição — o que pode render até 10 anos de prisão.

Reichsbürger

O Kaiserreichsgruppe é uma ramificação de um movimento extremista alemão ainda maior: o Reichsbürger ("Cidadãos do Império Alemão"). Este movimento, por sua vez, rejeita a Constituição da Alemanha do pós-guerra, interpretando o atual país como uma construção artificial imposta pelos Aliados depois da Segunda Guerra Mundial.

Esse movimento ficou conhecido em dezembro de 2022, depois que 25 de 52 suspeitos de conspiração foram presos. Entre eles, estavam um aristocrata, suposto líder do grupo, um ex-militar, que seria o comandante militar da organização, e uma juíza e ex-deputada de extrema-direita.

Já os planos do grupo, por sua vez, incluíam invadir o Bundestag (o Parlamento alemão) e atacar o fornecimento de energia da Alemanha, além da deposição do atual governo. Uma razão para preocupação devido ao movimento é o número crescente de pessoas que o adere, sendo estimado que, em 2022, o movimento já contava com 23 mil pessoas — das quais, 2,3 mil são consideradas dispostas a cometer atos de violência.

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Entre esses suspeitos, estão até mesmo mais de 400 policiais estaduais alemães, investigados por medidas extremistas de direita ou por acreditar em teorias conspiratórias, segundo a revista alemã Stern. Porém, em fato o número de policiais pode ser ainda maior, visto que nem todos os estados do país forneceram dados atualizados sobre essas investigações.