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Notícias / Ribeirão Preto

Idosa resgatada de trabalho análogo à escravidão em Ribeirão Preto diz: 'agora estou feliz'

Mulher de 82 anos de idade trabalhou durante 27 anos em condição análoga à escravidão

Redação Publicado em 09/12/2022, às 07h28

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Idosa que foi resgatada em Ribeirão Preto - Divulgação / vídeo / G1
Idosa que foi resgatada em Ribeirão Preto - Divulgação / vídeo / G1

A mulher de 82 anos de idade que foi resgatada de situação análoga à escravidão em Ribeirão Preto (SP) declarou ontem, quinta-feira, 8, que está feliz por ter deixado a casa em que trabalhou por 27 anos sem receber salário.

A vítima, que não teve o nome revelado, está morando com a família em Jardinópolis (SP) e recebe acompanhamento da Secretaria Municipal de Assistência Social para lidar com os traumas causados pelos anos de trabalho escravo na resiência de uma médica e de um empresário.

“Agora estou feliz. Estou na casa do meu irmão. Aqui é uma paz, e lá não era. Aqui não tem ninguém que me amola, que me aborrece. É só nós dois. Ela [patroa] tinha condição de me dar um salário. Foi errado o que ela fez comigo. Para ela não trabalho mais, não”, disse a idosa, que é negra e de origem humilde, em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo.

De acordo com o postal de noícias G1, o caso foi divulgado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Ribeirão Preto na última quarta-feira, 7. No entanto, a operação de resgate feita pelo órgão junto ao Ministério do Trabalho e à Polícia Militar se deu em outubro, após denúncia anônima.

Fazia tudo

“Eu fazia tudo, lavava, passava, arrumava. Tudo. Eu fazia meu serviço doméstico. Ela falava que pagava. Quando eu vinha para cá, pode perguntar ele [irmão], eu sou aposentada, aí ela me dava R$ 30, R$ 20. Não era justo, mas eu falava não nada porque eu não entendo”, declarou a mulher, que todos os meses tinha o dinheiro da aposentadoria confiscado pela patroa.

"Ela foi cadastrada para receber esse benefício pela empregadora, e a empregadora fazia administração desse recurso. Comprava gêneros de primeira necessidade, shampoo e sabonete. Dava a ela uma pequena parte desse benefício, e o restante não se sabe o que foi feito até hoje. Do salário, ela nunca recebeu nada", explicou a auditora fiscal do trabalho Jamile Virgínio.