Procurado desde 2012, o religioso é acusado de crimes durante a ditadura argentina
Um padre procurado pela Argentina em razão de seu papel durante a ditadura militar ocorrida no país entre 1976 e 1983, recebeu, na última quarta-feira, 2, uma ordem de extradição assinada pelo ministro da Justiça da Itália — onde viveu nos últimos anos.
Conforme declarou Arturo Salerni, advogado que representa as vítimas do religioso, à AFP, a ordem de extradição de Franco Reverberi — quem é procurado pela Justiça argentina desde 2012, quando fugiu do país — foi emitida por Carlo Nordio. A Interpol também emitiu um mandado de prisão contra ele, que tem hoje 85 anos de idade.
De acordo com informações da agência de notícias, Reverberi, que foi capelão militar em Mendoza, em 1980, teria visitado as celas de um campo clandestino de detenção e tortura e encorajado os prisioneiros a cooperarem, mesmo tendo presenciado cenas de tortura.
O período da ditadura militar argentina foi marcado por forte perseguição a opositores, sendo que muitas pessoas foram vítimas de sequestros, torturas, estupros e assassinatos. Segundo a fonte, estima-se que 30.000 pessoas tenham desaparecido na época.
Desde meados do ano 2000, quando foram retomados os julgamentos sobre crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura, mais de 1.000 pessoas foram condenadas.
