Interior do corpo mumificado ainda foi aberto e arrancado por contrabandistas
Na cidade de Sanaa, capital do Iêmen, foi encontrado uma múmia de cerca de 2.000 anos jogada no lixo. Um detalhe que chamou a atenção é que o corpo mumificado teve seu interior arrancado.
Na última quarta-feira, 8, a Organização Geral de Museus e Antiguidades do Iêmen (GOAM) culpou “ladrões de túmulos e traficantes de antiguidades” pela exumação do artefato, repercutiu a Business Insider.
De acordo com a Arab News, a múmia foi encontrada enrolada em posição fetal. Os restos mortais estavam envoltos em pele de animal, seguindo o embalsamento tradicional da época. Os contrabandistas teriam aberto o abdômen da múmia antes de despejá-la no lixo.
Em nota, a GOAM explicou o que foi feito com a múmia. “Ela foi levada ao Museu Nacional de Sanaa para preservação e especialistas do conselho irão tratá-la para a cárie bacteriana que começou a aparecer. Estudos estão sendo conduzidos”.
Segundo a GOAM, os antigos iemenitas foram o terceiro povo a descobrir a mumificação, atrás apenas dos egípcios e chilenos.
Os restos mortais encontrados no lixo provavelmente são do século 3 a.C., apontou a Organização Geral de Museus e Antiguidades do Iêmen. O que significa que tal pessoa deve ter vivido durante o lendário Reino de Sabá; que acredita-se ter sido a terra de Salomão e da Rainha de Sabá.
Conforme aponta a Business Insider, os sabeanos construíram um império comercial exuberante e próspero devido à sua proximidade com o mar e posição geográfica estratégica, transportando mercadorias como incenso e mirra pelo deserto.
De acordo com o pesquisador iemenita Abdullah Mohsen, múmias antigas podem ser encontradas no país em cavernas ou em sepulturas rochosas construídas nas províncias de Saba, Himyar, Qataban, Awsan, Ma'in e Hadramout.
O episódio em questão gerou revolta entre os moradores locais, que há anos sentem que os raros artefatos históricos do país estão ameaçados pela longa guerra civil que se encontra o Iêmen.
Em meio a uma das crises humanitárias mais severas do mundo, os povos do país lutam para ao menos preservar sua herança ancestral. Em 2017, apontou a Reuters, um relatório governamental apontou que a falta de energia poderia ameaçar a preservação de 12 múmias do Museu da Universidade de Sanaa, na capital do Iêmen.
