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Notícias / Paleontologia

Novos estudos indicam que mamíferos teriam se originado no hemisfério sul

Nova descoberta quebra consenso de quase 200 anos; confira!

Éric Moreira sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 13/02/2023, às 09h12

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Imagem meramente ilustrativa de diorama do período Cretáceo - Imagem por Carl Malamud pelo Wikimedia Commons
Imagem meramente ilustrativa de diorama do período Cretáceo - Imagem por Carl Malamud pelo Wikimedia Commons

Uma nova pesquisa, feita por paleontólogos australianos, virou parte da comunidade científica de pernas para o ar, recentemente. Isso porque ela contradiz uma teoria aceita há quase 200 anos, que afirmava que mamíferos placentários e marsupiais teriam se originado na América do Norte, região do planeta onde mais existem variedades de mamíferos na atualidade.

De acordo com a pesquisa, publicada na revista científica Alcheringa: An Australasian Journal of Palaeontology, os ancestrais de theria — subclasse de mamíferos que integra as infraclasses marsupialia e placentalia — viviam em Gondwana, o supercontinente composto pelo que hoje é a América do Sul, a Índia e a Austrália, já 50 milhões de anos antes da já conhecida migração para a Ásia, que ocorreu durante o período Cretáceo, há cerca de 126 milhões de anos.

Nossos estudos dos molares tribosfênicos de mamíferos therian, encontrados em sedimentos jurássicos iniciais e médios de Madagascar, da América do Sul e da Índia, indicam que estes fósseis têm até 180 milhões de anos e são anteriores aos restos mais antigos encontrados no Hemisfério Norte em 50 milhões de anos", explica Tim Flannery, do Museu Australiano, no estudo.

Além do mais, o pesquisador também aponta que é possível identificar características em comum entre fósseis de therian do Cretáceo da Austrália, de 126 a 110 milhões de anos atrás, e outros animais do Hemisfério Sul e do Norte.

"Esta nova pesquisa revisou completamente e virou de cabeça para baixo nossa compreensão da evolução dos primeiros mamíferos. É a parte mais importante da pesquisa paleontológica, de uma perspectiva global que já publiquei, mas pode levar algum tempo para encontrar aceitação total entre Pesquisadores do Hemisfério Norte", acrescenta Flannery.

Dificuldades nas buscas

Já o professor Kris Helgen, cientista-chefe do Museu Australiano, destaca no estudo que, de fato, muitas linhagens de mamíferos coexistiram no Hemifério Sul durante o Cretáceo, mas evidências em registros fósseis sempre foram escassaz para se comprovar essa tese.

Por exemplo, de acordo com a Revista Galileu, alguns dos principais fósseis de mamíferos que basearam o artigo foram encontrados pelos paleontólogos Tom Rich e Patricia Vickers-Rich, também envolvidos no estudo, apenas depois de 23 anos identificando somente rochas do Cretáceo.