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Notícias / Padre

Padre boliviano diz ter sido expulso de ordem após denunciar casos de pedofilia

Esta semana, ex-jesuíta denunciou formalmente seus superiores por acobertarem casos de abuso

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 25/05/2023, às 08h57

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Imagem ilustrativa - Imagem de Geralt por Pixabay
Imagem ilustrativa - Imagem de Geralt por Pixabay

A Bolívia está conduzindo uma investigação sobre casos de pedofilia na Igreja Católica, depois que um ex-religioso denunciou abusos sexuais cometidos por um padre espanhol e que teriam sido acobertados pelo clero.

Pedro Lima, que foi padre católico, afirmou em entrevista à agência RFI que sofreu represálias por expor esses crimes, cometidos por dois superiores da Companhia de Jesus, um deles com conexões na direção da ordem no Vaticano.

O ex-padre, que atualmente reside no Paraguai, encontra-se na Bolívia para testemunhar nas investigações do Ministério Público boliviano sobre os crimes cometidos por religiosos católicos.

Ele foi membro da ordem jesuíta entre os anos de 1992 e 2001, tendo atuado como noviço e professor em várias cidades, como Oruro, Cochabamba e Sucre. De acordo com ele, em todas essas localidades, testemunhou casos de abuso.

Denúncia e expulsão

Na última segunda-feira, 22, Lima compareceu perante o Ministério Público e acusou três jesuítas de acobertarem os supostos abusos que ele presenciou no final da década de 1990, quando era professor em Sucre, a capital constitucional do país.

O problema é que eu falei sobre os casos. Eles me disseram que a roupa suja se lava em casa (...) A resposta foi que me expulsaram", afirmou à RFI.

De acordo com a fonte, o ex-religioso denunciou Marcos Recolons, um alto funcionário da ordem na Bolívia na época, que mais tarde subiu ao topo da hierarquia jesuíta no Vaticano.

Recolons me ligou para dizer que a Companhia de Jesus estava me sancionando e cortando meu financiamento [dos estudos] porque eu ficava falando sobre os casos de pedofilia. Foi uma forma de me silenciar”, afirma.

Em resposta ao pedido do presidente Luis Arce, que enviou uma carta ao Papa Francisco solicitando uma revisão dos antecedentes de todos os religiosos estrangeiros que entraram no país, o Vaticano enviou à Bolívia um de seus principais investigadores de crimes sexuais, Monsenhor Jordi Bertomeu, para apurar as denúncias de pedofilia.