Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Brasil

Padre desabafa sobre ataques políticos: 'Preferiram o seu partido político'

Padre Zezinho fez um desabafo sobre violência contra religiosos nos últimos dias

Redação Publicado em 20/10/2022, às 21h37

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
O Padre Zezinho - Reprodução/Facebook/Padre Zezinho
O Padre Zezinho - Reprodução/Facebook/Padre Zezinho

Um dos mais importantes nomes da música religiosa usou as redes sociais para desabar sobre recentes episódios de ataques contra religiosos. Se trata de Padre Zezinho, que afirmou só voltar as redes sociais com o fim das eleições. 

Em texto publicado no Facebook, o religioso disse que toda sua trajetória não 'diz' nada para as pessoas que tem cometido ataques. Conforme repercutido pelo site Aventuras na História, figuras religiosas tem sido alvo de constantes ataques: De Dom Odilo Scherer ao Papa Francisco. 

O desabafo

"DEPOIS DAS OFENSAS DE HOJE CONTRA O PAPA, contra os bispos, contra mim, com calúnias e palavras de baixo calão, estou fechando esta página até dia 31 de outubro. O triste é que as ofensas são todas de católicos radicais que preferiram o seu partido político ao catecismo católico", começa o texto publicado pelo cantor religioso.

Zezinho também enfatizou que em meio as eleições, as pessoas responsáveis pelos ataques acreditam que 'padre bom é o que vota com eles'. 

"Acharam candidatos mais católicos do que Papas e bispos, cujos documentos nunca leram. A Bíblia nada lhes diz. Só conhecem as passagens políticas que ajudem o seu partido. Padre bom é o que vota como eles", descreve ele no desabafo. 

Faltando poucos dias para o segundo turno das eleições presidenciais, diferentes religiosos tem sido alvo de ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Ao afirmarem que padres teriam 'pedido votos' ou defendem temas 'alinhados à esquerda', passaram a interromper missas ou ofender padres nas redes sociais.

Confira abaixo o desabafo completo do Padre Zezinho. 

"CANSEI DE ABRIR ESPAÇO PARA CATÓLICOS SUPER POLITIZADOS, IRADOS E INSATISFEITOS COM NOSSA IGREJA . ESTOU ME RETIRANDO ATÉ DIA 31.

DEPOIS DAS OFENSAS DE HOJE CONTRA O PAPA , contra os bispos, contra mim, com calúnias e palavras de baixo calão, estou fechando esta página até dia 31 de outubro .

O triste é que as ofensas são todas de católicos radicais que preferiram o seu partido político ao catecismo católico.

São Paulo tinha razão quanto escreveu as epístolas a Timóteo e aos cristãos de Tessalônica. Não querem catequese, nem o Vaticano II, nem os documentos da CNBB, nem nenhuma orientação social e espiritual.

Já escolheram ser catequizados por dois poderosos políticos brasileiros.

Meus 81 anos, meus 56 anos de padre, meus 102 livros, minha cultura religiosa, minhas mais de 2 mil canções nada dizem para eles. Insistem que não lhes sirvo mais como padre e pregador para eles.

Acharam candidatos mais católicos do que Papas e bispos, cujos documentos nunca leram. A Bíblia nada lhes diz. Só conhecem as passagens políticas que ajudem o seu partido. Padre bom é o que vota como eles.

Quem ajuda a dialogar com a Bíblia na mão é visto como padre inútil, ateu, comunista ou ultrapassado. Nem o Papa argentino escapa. Há 2 mil anos os escribas e fariseus e saduceus e outros quatro grupos políticos fizeram o mesmo com Jesus. Para estes religiosos radicais e ultra politizados, tudo o que ele dizia era errado.

Continuam a dizer que sou mau padre, que sou comunista e que sou traidor de Cristo e da Pátria porque ensino doutrina social cristã.

Dia 31 voltarei a conversar com os católicos serenos que ainda querem catequese espiritual e social e comportamental. Os outros já decidiram. Não querem estes livros que usamos para ensinar a fé católica.

Espero que estes católicos irados que desqualificam qualquer bispo ou padre que ousa ensinar um fiel a pensar como católicos, consigam o que querem.

Querem um Brasil direitista ou esquerdista, porque está claro que não aceitam nenhuma pregação moderada que propõe diálogo político, social e ecumênico".