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Notícias / Hominídeos

Fósseis encontrados na China sugerem existência de terceira linhagem de hominídeos

Fósseis de mais de 300 mil anos com características singulares foram encontrados em Hualongdong, no leste do país

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 05/08/2023, às 09h01 - Atualizado em 08/08/2023, às 19h43

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Imagens da reconstrução virtual do Crânio 'HLD 6' - Divulgação / Wu Liu et al / Proceedings of the National Academy of Sciences
Imagens da reconstrução virtual do Crânio 'HLD 6' - Divulgação / Wu Liu et al / Proceedings of the National Academy of Sciences

Ao analisar fósseis de mais de 300 mil anos, uma equipe de especialistas descobriu o que pode ser uma espécie de hominídeo até então desconhecida e chegaram à conclusão de que o indivíduo pode ter pertencido a uma terceira linhagem nunca antes registrada pela ciência.

Os resultados da pesquisa — conduzida por paleontólogos da Academia Chinesa de Ciências, em colaboração com colegas da Universidade de Xi'an Jiaotong, da Universidade de York (Inglaterra) e do Centro Nacional de Pesquisa em Evolução Humana (CENIEH), na Espanha — foram publicados em 31 de julho no periódico Journal of Human Evolution.

De acordo com informações do site Phys, a equipe realizou uma análise morfológica e geométrica de um maxilar fossilizado, parte do crânio e alguns ossos da perna encontrados em Hualongdong, região que atualmente faz parte do leste da China. Esses fósseis compõem um crânio quase completo que foi identificado como "HLD 6".

Inicialmente, os pesquisadores focaram na mandíbula, que apresentava características singulares, como uma borda inferior triangular e uma curva única, lembrando tanto humanos modernos quanto hominídeos do Pleistoceno Superior.

No entanto, um pequeno detalhe se destacou: a ausência de queixo. Esse aspecto indicava que o hominídeo encontrado na China estava mais relacionado a espécies antigas. Além disso, os fósseis exibiam características semelhantes às de hominídeos do Pleistoceno Médio, sugerindo que o indivíduo se assemelhava mais a uma espécie de Homo erectus.

Híbrido

A descoberta, conforme destacou a revista Galileu, indica a presença de um híbrido entre humanos modernos e hominídeos antigos, uma combinação de características nunca antes observada em humanos antigos no leste da Ásia. Isso sugere que algumas características encontradas nos Homo sapiens já estavam presentes há cerca de 300 mil anos.

O crânio "HLD 6" pertencia a um jovem hominídeo com idade entre 12 e 13 anos. A equipe investigou se suas características morfológicas e métricas poderiam ter sido influenciadas pela juventude do indivíduo, mas os resultados mostraram que a juventude não afetou os traços únicos encontrados.

Anteriormente, uma equipe havia considerado esse exemplar como o primeiro crânio humano do Pleistoceno Médio encontrado no sudeste da China. No entanto, este novo estudo evidencia que o fóssil não se trata nem de um Homo erectus nem de um denisovano, mas sim de um indivíduo mais próximo do Homo sapiens - ou seja, pertencente a uma terceira linhagem humana.

+ Confira aqui o estudo completo.