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Notícias / Tumor craniano

Pesquisadores encontram tumor craniano em esqueleto da era romana

Os restos mortais foram encontrados na região de Lastras de Teza, na Espanha

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 10/10/2023, às 15h11

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Crânio com tumor foi encontrado na Espanha - Divulgação/CENIEH
Crânio com tumor foi encontrado na Espanha - Divulgação/CENIEH

Uma equipe de arqueólogos que conduzia uma expedição na Sima de Marcenejas, localizada na região de Lastras de Teza, na comunidade autônoma de Castilla y León, Espanha, fez uma notável descoberta.

Na ocasião, os pesquisadores encontraram os restos mortais de um homem que vivera no período romano. Uma análise posterior revelou a presença de um tumor no crânio desse indivíduo. A descoberta foi documentada na revista Virtual Archaeology Review, datada de 28 de julho.

Uma equipe multidisciplinar do Centro Nacional de Investigação Sobre a Evolução Humana (CENIEH) compartilhou sua pesquisa, concluindo que o tumor craniano era, de fato, um meningioma, uma anomalia benigna que afeta as meninges e pode exercer pressão sobre os tecidos cerebrais circundantes.

Os especialistas destacaram em seu relatório: "A localização do tumor, assim como sua morfologia, juntamente com outros aspectos, apoiam o meningioma como o tipo de tumor mais provável."

Esse possível meningioma antigo representa o primeiro caso para essas cronologias na Península Ibérica, onde existem poucos casos documentados", concluíram.

Após a descoberta dos restos mortais, o fóssil foi transportado para o CENIEH, onde uma equipe do Laboratório de Conservação e Restauração conduziu um meticuloso processo de análise. Isso permitiu a identificação do indivíduo como uma pessoa adulta, do sexo masculino, que viveu nos últimos séculos do Império Romano.

Imagens de raios-X

Com o objetivo de compreender melhor as possíveis doenças que afetaram esse homem em vida, os pesquisadores utilizaram a microtomografia computadorizada para obter centenas de imagens de raios-X do crânio do indivíduo, criando subsequentemente um modelo tridimensional para uma análise minuciosa do seu interior.

Conforme informou a revista Galileu, a microtomografia computadorizada possibilitou uma espécie de "autópsia virtual", revelando quatro lesões cranianas, todas elas provavelmente anteriores ao momento da morte. As lesões exibiam evidências de processos de cicatrização, indicando que ocorreram enquanto o indivíduo ainda estava vivo.

Meningioma em crânio datado do período romano / Crédito: Divulgação/CENIEH

Das quatro lesões identificadas, três estavam localizadas na superfície externa do crânio e exibiam evidências compatíveis com ferimentos intencionais. Isso se deve à sua localização no topo da cabeça, o que não é comum em acidentes, como quedas.

Além disso, dois dos ferimentos apresentavam indícios de terem sido causados por objetos afiados e contundentes, levantando a possibilidade de terem resultado de tentativas violentas contra o homem.

Por outro lado, a quarta lesão estava localizada internamente no crânio, caracterizando-se como uma depressão com forma circular e não envolvendo nenhum osso adjacente. Essa lesão provavelmente foi causada pelo meningioma, como indicado por uma análise comparativa com várias patologias, incluindo infecções, doenças metabólicas ou genéticas.

Daniel Rodríguez-Iglesias, o autor principal deste estudo, destacou: "O que é interessante sobre essa descoberta é que ela oferece uma visão sobre a saúde das populações do passado e levanta questões fundamentais sobre a capacidade dos indivíduos de sobreviver a essas condições e sua qualidade de vida posteriormente".

+ Confira aqui o estudo completo.