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Notícias / Ciência

Pesquisadores ligam pontos sobre 'pegadas' misteriosas no fundo do mar na Nova Zelândia

Vestígios oceânicos em forma de ferradura, descobertos em 2013, foram finalmente explicados; confira!

Redação Publicado em 23/09/2023, às 11h00

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Imagens capturadas em 2013 de vestígios em formato de ferradura na costa da Nova Zelândia - Divulgação/NIWA
Imagens capturadas em 2013 de vestígios em formato de ferradura na costa da Nova Zelândia - Divulgação/NIWA

Em 2013, pequenos vestígios identificados no mar da costa da Nova Zelândia, a uma profundidade entre 450 e 562 metros, intrigaram pesquisadores e especialistas em vida marinha locais, com seus inusitados formatos de ferraduras, parecendo pegadas. Só agora, uma década depois, que estudiosos do Instituto Nacional de Pesquisa da Água e Atmosfera da Nova Zelândia (NIWA) acreditam ter finalmente encontrado uma resposta.

Sadie Mills, gerente da Coleção de Invertebrados do NIWA, divulgou em nota na última segunda-feira, 18, que estava revisando as imagens de 2013 quando finalmente chegou a uma hipótese do que poderiam ser as "pegadas": vestígios deixados por algum peixe da família Macrouridae — popularmente conhecidos como "peixes-ratos".

Peixes-ratos nadando próximo ao solo, no mar
Peixes-ratos nadando próximo ao solo marinho / Crédito: Divulgação/NIWA

Então, para confirmar a suspeita, Mills contratou o cientista Darren Stevens, do NIWA, que trabalha especialmente com animais que vivem em águas profundas. "Ela achava que o que estávamos vendo era lebensspuren — palavra alemã que significa 'traços de vida' —, referindo-se à evidência física de vida deixada no ambiente. Nós nos perguntamos se essas marcas poderiam ser vestígios de um peixe-rato procurando sua próxima refeição nos sedimentos", comenta Stevens no estudo.

Comparando impressões

De acordo com a Revista Galileu, os peixes-ratos vivem em mares profundos, e se alimentam especialmente de pequenos organismos encontrados debaixo de pedras. Para tanto, ele conta com uma longa cabeça e uma boca que se estende como adaptações — e seriam esses elementos que deixariam as fatídicas "pegadas".

Para a pesquisa, Darren Stevens comparou imagens da cabeça de algumas espécies de peixes-ratos com as fotos das marcas em formato de 'ferradura'. E foi assim que a teoria levantada por Mills foi comprovada. Confira um artigo detalhado publicado no periódico Deep Sea Research.

Vendo o tamanho das impressões e as profundidades em que essas marcas únicas foram vistas, acreditamos que haja apenas três espécies de peixe-rato [do gênero] Coelorinchus que poderiam ter deixado os vestígios", contou Stevens em entrevista à Newsweek.

Analisando mais detalhadamente, porém, foi descrito que algumas das impressões batem perfeitamente com o formato da cabeça de duas espécies em específico: Coelorinchus aspercephalus e C. biclinozonalis

Comparativo entre as marcas no solo oceânico e o formato da cabeça de duas espécies de peixes-ratos
Comparativo entre as marcas no solo oceânico e o formato da cabeça de duas espécies de peixes-rato / Crédito:  Divulgação/NIWA

Agora, Mills alega estar bastante contente com a descoberta: "É tão legal finalmente ter a validação de que o que vimos no vídeo [de 2013] eram, na verdade, peixes-ratos se alimentando. É como receber uma bela recompensa no final de muitos anos vendo essas imagens", comenta, por fim.