Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / História do Brasil

Pindamonhangaba: Igreja que abrigou restos mortais de Dom Pedro I está fechada há anos

O escritor Paulo Rezzutti denunciou às condições da igreja, que já foi tombada mas não parece receber muita atenção

Eduardo Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 24/04/2023, às 18h57

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Foto de data desconhecida do IBGE retratando a Igreja de São José de Pindamonhangaba, SP - Divulgação/IBGE
Foto de data desconhecida do IBGE retratando a Igreja de São José de Pindamonhangaba, SP - Divulgação/IBGE

Pindamonhangaba é uma cidade do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, que tem uma grande importância na economia da região. Além disso, o município também tem uma importância histórica especial, já que foi a única cidade que não era uma capital a abrigar os restos mortais do imperador Dom Pedro I.

O corpo do imperador ficou na Igreja de São José da Vila Real, erguida na década de 1840, substituindo uma construção mais antiga no mesmo local, que datava de 1680 e corria risco de desmoronar. Agora, a igreja está em um estado de conservação preocupante, como mostrou o escritor e pesquisador Paulo Rezzutti, que já visita à região há cerca de 10 anos. 

Eu venho para Pindamonhangaba desde 2013 ou 2014, por aí. Eu nunca peguei essa igreja aberta, e cada vez a fachada dela está pior. A gente pode ver aquela coluna, rachando, logo logo essa fachada toda tá [sic] no chão", disse o escritor e pesquisador Paulo Rezzutti sobre o estado da construção de quase 200 anos.

A igreja

A Igreja de São José da Vila Real foi inaugurada em 1848, tendo sido construída pelo padre João de Godoy Moreira e sua família, segundo o site iPatrimônio. Sua construção demorou 8 anos, sendo iniciada em 1840. Foi construída com a técnica de taipa de pilão, usando argila e cascalho.

Nessa construção estão até hoje sepultados 14 moradores da cidade de Pindamonhangaba e região que fizeram parte da Guarda de Honra do então Príncipe Regente Dom Pedro I.

Imagem recente, mas sem data, da Igreja de São José da Vila Real de Pindamonhangaba, já aparentando desgaste e se mostrando fechada, como denunciou o historiador Paulo Rezzutti - Divulgação/Condephaat

Segundo Paulo Rezzutti, esses homens se juntaram ao futuro imperador em sua viagem de 1822 para São Paulo, que culminaria na declaração da independência do Brasil de Portugal, no dia 7 de setembro. Um artigo no blog da Alesp informa que, cerca de duas semanas antes, o Príncipe Regente parou para descansar em Pindamonhangaba no dia 20 de agosto.

O 2º comandante interino da Guarda de Honra de Dom Pedro I era um dos homens da cidade que o acompanhou, o capitão-mor Manuel Marcondes de Oliveira e Mello, que depois seria barão de Pindamonhangaba.

Restos mortais

Aquele 20 de agosto de 1822 não seria a única vez que Dom Pedro I descansaria em Pindamonhangaba, mas talvez fosse a última em vida. Em 1972, quando os restos mortais do primeiro imperador do Brasil voltaram para o país em ocasião do aniversário de 150 anos da Independência, Pedro voltaria para a cidade do interior paulista.

No transporte do corpo de Lisboa, em Portugal, para a cripta do Ipiranga, na cidade de São Paulo, o imperador Dom Pedro I "pernoitou nessa igreja de 2 para 3 de setembro de 1972, junto com seus antigos companheiros de viagem antes de retomar o seu caminho para São Paulo", como explicou Paulo Rezzutti.

Dom Pedro I teve seu sepultamento definitivo no mausoléu do Ipiranga naquele mesmo ano. 11 anos depois, em 1983, a Igreja de São José da Vila Real foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).

Mesmo com o tombamento e com a grande importância histórica da igreja, a condição do local só piorou nos últimos anos. "Até quando o Brasil deixará largado o seu patrimônio e verá destruída a sua história?", perguntou Rezzutti.

Confira o vídeo do historiador Paulo Rezzutti mostrando a fachada da igreja em seu Instagram: