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Notícias / Internacional

Polônia relata que irá construir cerca em fronteira com Bielorrússia

A declaração foi feita pelo ministro da defesa do país

Luíza Feniar Migliosi sob supervisão de Penélope Coelho Publicado em 27/08/2021, às 11h33

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Marcha de solidariedade para a Bielorrússia que termina na passagem da fronteira polonesa-bielorrussa em 2020 - Getty Images
Marcha de solidariedade para a Bielorrússia que termina na passagem da fronteira polonesa-bielorrussa em 2020 - Getty Images

O ministro da defesa, Mariusz Blaszczak, declarou que a Polônia vai construir uma cerca na fronteira com a Bielorrússia e dobrar o número de soldados no local.

O objetivo é conter a entrada de imigrantes e refugiados que, segundo a União Europeia (UE), tem sido impulsionado pela cidade de Minsk em retaliação a sanções da UE contra o governo do presidente Alexander Lukashenko, segundo o portal O Globo.

Quando Lukashenko afirmou, em maio, que retaliaria as sanções da UE e os esforços da Polônia e Lituânia para ajudar opositores bielorrussos pró-democracia, o fluxo de pessoas que cruzam a fronteira de maneira irregular aumentou. 

A Polônia foi o destino de mais de 2 mil estrangeiros, especialmente do Oriente Médio e do Afeganistão, em julho deste ano. Lituânia e Letônia são outros dois países do bloco que afirmaram aumento no fluxo de pessoas que tentam cruzar as fronteiras.

Em entrevista na fronteira, Blaszczak afirmou que a cerca terá 2,5 metros de altura. “É necessário aumentar o número de soldados. Em breve, dobraremos o número de soldados para 2 mil”, relatou.

Desdobramentos 

O governo polonês sofre fortes críticas de defensores dos direitos humanos devido a situação um grupo de estrangeiros detido ao ar livre entre guardas de fronteira poloneses e bielorrussos perto da aldeia Usnarz Gorny há duas semanas. S

egundo a Polônia, permitir a entrada encorajaria outras pessoas a migrarem e, além disso, daria a Lukashenko exatamente o que ele quer.

“Estes não são refugiados, são imigrantes econômicos trazidos pelo governo bielorrusso”, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores, Marcin Przydacz, ao tentar justificar o bloqueio.

Com o rápido domínio talibã no Afeganistão e a perspectiva de um novo fluxo migratório, os líderes da Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia, vizinhos à Bielorrússia, emitiram uma declaração conjunta e um pedido de assistência na última segunda-feira, 23.

“O uso de imigrantes para desestabilizar os países vizinhos é uma clara violação do direito internacional e se qualifica como um ataque híbrido contra a Lituânia, Letônia e Polônia e, portanto, contra toda a União Europeia”, disseram os países. “É claro para nós que a crise atual foi planejada e sistematicamente organizada pelo regime de Alexander Lukashenko.”

A declaração solicitou que as autoridades da ONU investiguem o cenário dos estrangeiros na Bielorrússia e obriguem o país a assumir a responsabilidade por aqueles que se deslocam para os seus territórios.

“O uso de refugiados e imigrantes como armas representa uma ameaça à segurança regional da União Europeia e é uma grave violação dos direitos humanos”, afirmaram.

Alguns advogados e ONGs acusam Varsóvia de tratar os estrangeiros detidos de maneira desumana, impedindo sua entrada no país. A principal instituição independente de direitos humanos que atua na Polônia afirmou que a Convenção de Genebra foi violada pela Guarda da Fronteira ao não aceitar declarações verbais de alguns imigrantes que queriam solicitar proteção internacional.

“As pessoas pediram proteção aos guardas da fronteira, e os guardas os empurraram de volta”, afirmou Piotr Bystrianin, da Fundação Ocalenie, que ajuda refugiados. “Isso significa que eles estiveram em contato e que devem lhes dar a possibilidade de solicitar proteção... é muito simples”, acrescentou.

Mahdieh Gholami, tradutora que ajuda a Fundação, afirmou que os soldados poloneses atrapalhavam a comunicação com as pessoas do outro lado da fronteira.

Na última segunda-feira, 23, a Lituânia relatou que irá completar uma cerca de 508 km ao longo de sua fronteira com a Bielorrússia até setembro do próximo ano.