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Notícias / Ciência

Genes denisovanos podem ter auxiliado habitantes da Papua-Nova Guiné, sugere estudo

Novo estudo aponta que os habitantes de Papua-Nova Guiné possuem mais genes herdados dos denisovanos, antigo grupo extinto de hominídeos, o que pode colaborar com combate de infecções

Retrato de jovem denisovana - Divulgação/Maayan Harel/Revista Cell
Retrato de jovem denisovana - Divulgação/Maayan Harel/Revista Cell

Um novo estudo aponta que habitantes modernos de Papua-Nova Guiné, país localizado no sudoeste do Oceano Pacífico, estão geneticamente isolados há milênios e, por isso, carregam genes provenientes de outro grupo hominídeo extinto mais incomum que os neandertais: os denisovanos.

Segundo a pesquisa, graças a estes genes, os habitantes da região desenvolveram mutações que os ajudaram a se adaptar aos diferentes ambientes das terras altas e baixas, além de auxiliarem no combate de infecções.

"Os novos guineenses são únicos, pois estão isolados desde que se estabeleceram na Nova Guiné, há mais de 50.000 anos", afirma François-Xavier Ricaut, antropólogo biológico do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS) e co-autor do estudo ao Live Science.

Publicado no dia 30 de abril na revista Nature Communications, o estudo analisa os genomas de 54 montanheses do Monte Wilhelm (terras altas) e 74 habitantes da Ilha Daru (terras baixas).

No caso, é descrito que os habitantes das terras baixas, provavelmente, herdaram genes dos denisovanos que aumentam o número de células imunológicas, enquanto os montanheses desenvolveram mutações que aumentam os glóbulos vermelhos.

+ Denisovanos tinham olfato mais sensível do que seres humanos

Adaptação

Segundo o Live Science, os humanos modernos chegaram em Papua-Nova Guiné pela primeira vez há cerca de 50 mil anos, vindos da África. Lá, eles cruzaram com os denisovanos, que já habitavam regiões da Ásia bem antes; por isso, os papua-nova-guineenses de hoje carregam até 5% de DNA denisovano em seus genomas.

Como parâmetro, vale mencionar que um antigo grupo já extinto de hominídeos que viveu na Europa foi o dos neandertais e que, hoje em dia, também podem ser notados geneticamente nos humanos modernos, que possuem entre 3% e 5% de DNA neandertal em seus genomas.

As variantes genéticas denisovanas, por sua vez, podem afetar especificamente na função da proteína GBP2, que ajuda o corpo a combater patógenos encontrados especificamente em baixas altitudes. Portanto, estes genes podem ter sido selecionados durante a evolução desses povos, auxiliando no combate de infecções em altitudes mais baixas.

Agora, os pesquisadores esperam descobrir como essas mutações refletem no sangue dos habitantes modernos de Papua-Nova Guiné, e para isso ainda precisam investigar melhor os impactos das mutações e impactos, informa, por fim, Ricault.