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Notícias / Moradia popular

Prefeito de Campinas reage após críticas sobre casa popular de 15 metros quadrados: 'Lacradores da rede'

Casas populares de 15m² deverão abrigar famílias com até sete membros

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 16/06/2023, às 13h07 - Atualizado em 19/06/2023, às 19h50

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Casas populares de 15 m² que estão sendo construídas em Campinas - Divulgação / Twitter
Casas populares de 15 m² que estão sendo construídas em Campinas - Divulgação / Twitter

A Prefeitura de Campinas decidiu recentemente construir casas populares que devem abrigar famílias de até sete pessoas. No entanto, o plano vem recebendo uma série de críticas, uma vez que o tamanho reduzido dessas residências — de apenas 15 metros quadrados — é considerado insuficiente até mesmo por especialistas em arquitetura.

Em resposta, o prefeito Dário Saadi, do partido Republicanos, afirmou que as críticas partiram de uma "esquerda lacradora", que estaria atrapalhando o trabalho daqueles que realmente se dedicam à ajudar a população.

"Quer saber a verdade sobre o residencial Mandela? Então escute o que dizem os moradores assentados pela Prefeitura. Agora quer saber porque os lacradores da rede não gostam dessa verdade? É porque pra viver melhor é preciso trabalhar e fazer. E quem invade as redes pra lacrar, não tá a fim de construir. São pessoas que estão na política só para criticar e destruir. Ainda bem que o povo não pensa como eles", escreveu o prefeito na legenda de um vídeo publicado no Twitter. 

Segundo informações da Folha de S.Paulo, as moradias em questão foram anunciadas pela Cohab (Companhia de Habitação Popular) como uma opção para famílias que viviam em situação de risco em uma área invadida na periferia da cidade, próxima ao Aeroporto Internacional de Viracopos.

A prefeitura divulgou a construção das casas de 15 m² no final do mês passado, e um total de 116 unidades estão destinadas a abrigar 450 pessoas que vivem na Ocupação Mandela Vive há sete anos.

Espaço insuficiente

O professor Fábio Muzetti, da faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC Campinas, expressa preocupações em relação à convivência tantas pessoas em um espaço tão reduzido.

Quando se pensa em três ou mais pessoas habitando um espaço de 15 metros quadrados, não há possibilidade de imaginar como será o convívio", disse ele à Folha.

Embora o arquiteto reconheça que comparado à ocupação anterior, as melhorias em termos de saneamento, abastecimento de água e energia sejam inegáveis, ele ressalta que essas pessoas ainda viverão em condições precárias, apenas com um pouco mais de humanização.

Além disso, Muzetti prevê que elas possam adaptar esses espaços e desconfigurar o planejamento urbano do bairro, o que pode levar a um efeito de favelização.

Investimento

Segundo o jornal, as moradias populares, que receberam um investimento de R$ 1,7 milhão, devem ser entregues em cerca de dois meses. Somado aos investimentos de saneamento e energia elétrica, o valor chega a um montante de quase R$ 6 milhões.

De acordo com a fonte, os futuros moradores deverao pagar pelo imóvel em um prazo de 300 meses, com parcelas a partir de 10% de um salário-mínimo, o equivalente a cerca de R$ 132.