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Notícias / Moradia precária

Trabalhadores são encontrados em moradia precária em Guariba: 'A gente está como lixo'

Grupo composto por 23 homens foi encontrado vivendo em alojamentos precários no interior de São Paulo

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 14/03/2023, às 08h35

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Fachada da residência onde o grupo foi encontrado - Divulgação / vídeo / TV Globo
Fachada da residência onde o grupo foi encontrado - Divulgação / vídeo / TV Globo

Na última segunda-feira, 13, o Ministério Público do Trabalho (MPT) encontrou na região de Guariba, interior de São Paulo, 23 trabalhadores que estavam vivendo em dois alojamentos que não atendiam aos padrões mínimos de moradia. Como apontou o órgão, os locais possuíam instalações elétricas improvisadas, rachaduras, além de que não havia banheiros. 

De acordo com informações do portal de notícias G1, o grupo partiu de Coroatá, no Maranhão, para trabalhar nas plantações em Guariba. No entanto, como afirma um dessses homens, o empregador teria abandonado os trabalhadores ao relento desde o mês de janeiro. Como destaca a fonte, o órgão só chegou aos locais após o próprio grupo realizar a denúncia.

O denunciante, que preferiu não se identificar, afirma que os moradores precisavam pagar R$ 120 de aluguel por mês, valor que não corresponde à infraestrutura oferecida, como aponta o promotor responsável pelo caso.

O alojamento é essa situação que vocês estão vendo. Estávamos dormindo em 15 [em um dos alojamentos]. Casa toda rachada. Quando chovia, molhava tudo. O telhado está todo quebrado, uma situação precária", conta o trabalhador.

Acordo descumprido

O mesmo homem aponta que, além de ter deixado os trabalhadores em condições precárias, o patrão também teria descumprido o acordo para pagamento. Segundo o G1, a expectativa é que ambas as partes firmem um acordo nesta terça-feira, 14.

Ele falou que todos iam tirar em torno de R$ 4 mil livres e que chegaria até R$ 300 por dia. Eu mesmo trabalhei por 11 dias e devo ter tirado uns R$ 800, e a gente já está aqui há dois meses. Queremos ir para casa. Aqui a gente está como escravo, um lixo", pontua.

Indenização

De acordo com Gustavo Rizzo Ricardo, promotor do Trabalho responsável pelo caso, o Ministério Público do Trabalho (MPT) busca a indenização do grupo. Ele afirmou que alguns dos trabalhadores não tinham registro na Carteira de Trabalho, o que vai contra uma das promessas feitas pelo empregador.

As condições são muito ruins. Tem apenas um chuveiro elétrico para todos os moradores. Muitas pessoas dormindo no mesmo quarto, comida no chão. Tem trabalhadores que conseguem registro em carteira, outros estão sem registro", diz.

Conforme revelou a fonte, Rizzo se reuniu com o homem que contratou os maranhenses no dia da fiscalização. A identidade do empregador, no entanto, não foi divulgada.